Índio, enfim, assinou contrato com o Vasco. Mas ainda não da forma pretendida pelo clube. Em um primeiro momento, o meia de 19 anos foi emprestado pela Penapolense, clube ligado a seus atuais empresários, até o fim do Campeonato Carioca. Foi a forma encontrada pelas partes para tentar evitar que o jogador fique fora do estadual - o prazo de inscrição termina nesta quinta-feira. Futuramente, se o clube, a DIS e a Elenko Sports acertarem os ponteiros e colocarem fim o imbróglio pelos direitos econômicos do jovem, o compromisso será prorrogado e terá três anos de duração.
Mobilizada para resolver a questão, a diretoria vascaína e o estafe do jogador pegaram a assinatura do meia após o treino da última quarta-feira, em São Januário. Se não fosse dessa forma, não seria mais possível finalizar a parte burocrática antes do prazo. Mesmo assim a corrida é contra o tempo e não há certeza de final feliz. Com o contrato gerado, ainda é preciso ultrapassar algumas etapas, como o pagamento das taxas da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), antes que o jogador seja considerado regularizado.
Se der tudo certo, o Vasco vai confirmar nesta quinta a inscrição de Índio no Campeonato Carioca. Como a lista dos 31 jogadores (28 de linha e três goleiros) do Cruz-Maltino já está completa, algum dos atletas terá de ser substituído. O técnico Doriva torce para que o caso seja resolvido a tempo de aumentar seu leque de opções na competição.
- Ainda conto com ele e estou torcendo para a situação ser resolvida. Índio foi formado pelo Vasco, saiu e voltou. É um jogador muito talentoso, um menino com potencial. Se a parte burocrática for superada, aumenta meu leque de opções. Eu ficaria feliz com isso - frisou após o treino da última quarta-feira.
Entenda o caso
Índio entrou na Justiça contra o Vasco no fim de 2013. Revelado nas categorias de base de São Januário, o meia pediu a rescisão unilateral de seu compromisso alegando atraso salarial e não recolhimento de direitos trabalhistas superior a três meses.
Através de uma liminar, o meia assinou com a Penapolense, clube paulista que já teve relações com a DIS e hoje é ligado à Elenko Sports, e chegou a ser apresentado. Após o Campeonato Paulista do ano passado, foi emprestado ao Santos, mas atuou apenas no time sub-20 - enquanto o processo na Justiça seguia correndo. Com a eleição do Eurico, a nova diretoria tratou com os representantes do atleta e Índio deixou a Vila Belmiro - após um acordo por novo atraso salarial - para voltar a São Januário.
Após ser anunciado em janeiro, Índio se viu envolvido em outro imbróglio extracampo: detentor de 20% dos direitos econômicos do jogador em seu vínculo anterior com o Cruz-Maltino, o grupo DIS cobrou a mesma fatia do atleta na sua volta ao clube. O contrato que está suspenso na Justiça - e, em tese, tem validade até maio - previa multa de R$ 20 milhões em caso de quebra. O futuro vínculo de três anos terá multa contratual de 5 milhões de euros (R$ 16,6 milhões).