Mauro Beting: "Vamos, Vasco. Vamos voltar."

A EXPRESSÃO DA DERROTA

Não, Vasco. Não.

Eu cresci com meu pai falando que maravilha era o EXPRESSO DA VITÓRIA. Assim. Em caixa alta. MAIÚSCULAS.

Eu aprendi a ler sabendo do time dos anos 1940. A base da seleção de 1950. O Sul-Americano do Chile de 1948. O Supercampeão de 1958. Campeão estadual de 1970. O primeiro rival do meu time quando fui a um estádio, em 1973.

Campeão brasileiro em 1974. Nos pênaltis em 1977. Dinamite. Romário. Cocada!

Sorato-89. Edmundo com Dinamite. Valdir Bigode.

Dener…

Edmundo com Evair em 1997. Juninho Pernambucano. Paulista. Pedrinho. Ramón. Felipe.

Luizão e Donizete na Libertadores de 1998.

Edmundo em 2000. Romário, Viola e Juninho Paulista em 2000. Que Mercosul. Vasco da virada! Vasco do povo. Do SBT em 2001.

Eurico… Presidente Dinamite… Quanta bomba.

2008… 2013… 2015…

Como é que pode? Não f@d#, Vasco.

Fud@%…

Pode reclamar do Flu? Até pode. Mas nem sua parte fez em Curitiba. Se tivesse vencido o Coxa, chegaria a 43. Perderia no saldo. Seguiria rebaixado.

Se o Figueirense tivesse empatado, só se tivesse vencido o Vasco que não teve competência contra o Coxa bem arrumadinho pelo Pachequinho.

Diferente do Vasco que só se arrumou com Jorginho e Zinho – quase da mesma idade do elenco envelhecido e enfraquecido para o BR-15. Tem de ser muito pachecão para jogar para as Laranjeiras tantos débitos de São Januário.

Até se o Figueira não tivesse vencido o arremedo de time do Flu ainda teria escapado pelo empate sem gols do Vasco no Paraná.

Vasco que mais pontos conquistou nas últimas cinco rodadas. Vasco de campanha de G-4 no returno. Mas time pavoroso no turno que o consumiu. Que o leva de novo a um lugar que não é dele – e de nenhum time na história dos pontos corridos. Mais sofridos que jogados.

Não é caso de Sibéria e nem ocaso vascaíno. Mas foi caso de polícia tanta coisa errada no clube. Não é só incompetência. Não é só má gerência. Não pode essa nau ter tanto não. Não pode soçobrar no mar de lama um gigante dessa colina.

Não pode, Vasco.

Não é, Vasco.

Vamos, Vasco. Vamos voltar.

Só não poderia ter voltado quem voltou.

Vamos, vascaínos.

A Boa Esperança vem depois da Tormenta.