O Site Oficial do Vasco iniciou na última segunda-feira (4/5), uma série com ex-jogadores e ídolos do clube para lembrar o seu jogo inesquecível com a camisa cruzmaltina. Depois de Roberto Dinamite falar sobre os cinco gols que marcou diante do Corinthians em 1980, o personagem desta terça-feira (5/5) é o eterno capitão Mauro Galvão. O ex-zagueiro escolheu o primeiro jogo da final da Copa Libertadores de 98, quando o Gigante da Colina venceu o Barcelona (EQU) por 2 a 0, em São Januário e o capitão teve atuação destacada.
- Graças a Deus eu tive muitos jogos inesquecíveis pelo Vasco. Mas o que mais me marcou foi o primeiro jogo da final da Libertadores, em 1998, contra o Barcelona (EQU), em São Januário. Vencemos por 2 a 0 e aquele resultado praticamente assegurou o título. Tivemos uma grande atuação, segura, foi um jogo muito bom, o time inteiro foi bem. Eu, individualmente, também fui. Participei do segundo gol, dando passe pro Luizão. São Januário estava lotado, tinha gente até em cima da marquise. Foi uma época especial e de muita alegria com a camisa do Vasco. Marcou bastante - conta Galvão.
O capitão daquela conquista relembra os momentos que antecederam o primeiro jogo da decisão. Um dos grandes trunfos do Vasco naquela campanha foi São Januário. O time terminou invicto dentro de casa e a atmosfera que o Caldeirão trazia foi fundamental e fez a diferença. Mauro Galvão conta que a torcida praticamente carregava o ônibus que levava a delegação do Largo da Cancela até a entrada do estádio:
- O começo daquela campanha foi difícil. Perdemos os primeiros jogos, depois empatamos com o América (MEX), lá no México, e embalamos. Uma lembrança que tenho era da chegada em São Januário. Quando o ônibus passava pelo Largo da Cancela, a torcida já estava no caminho do estádio e quando ele entrava na Rua São Januário não conseguia mais andar. Era muita gente. A rua lotada. O jogo começava ali, o calor da torcida, a pressão, eles foram fundamentais. Nós tínhamos uma forma de jogar em casa que deu muito certo naquela Libertadores. Era agressiva, marcando forte no campo de ataque, roubando a bola e conseguindo fazer os gols.
Mauro Galvão também lembrou de toda a pressão do povo adversário na partida de volta, em Guaiaquil. Um dos jogadores mais experientes do elenco em 98, Galvão tratou de acalmar os companheiros e ressaltou que a maneira de vencer era jogando bola. O Vasco fez isso e a intimidação adversária de nada adiantou:
- Tivemos muito cuidado. Sabíamos que a única forma de tirarem o nosso título era na parte psicológica, então controlamos muito bem isso. A vantagem era boa e precisávamos jogar. Eles pressionaram na chegada, apedrejaram o ônibus, soltaram fogos no hotel, pintaram o vestiário... tentaram todas as formas de intimidação. Lembro até de uma campanha na televisão local motivando eles, que era "Sí se puede". Nós sabíamos que a forma mais fácil de vencer era jogando e conseguimos abrir 2 a 0 ainda no primeiro tempo, isso nos tranquilizou e conseguimos o título.
RECADO PARA RAMON E LOPES
Companheiro de Ramon e comandando por Lopes naquela ocasião, Mauro Galvão também desejou muita sorte aos amigos nesta nova fase no Vasco. Ele pediu paciência e respaldo com o jovem treinador, demonstrou confiança no trabalho da dupla e acredita que a experiência de Lopes e o conhecimento de clube que os dois possuem serão de muita importância para o Vasco nesse momento.
- Desejo que tudo corra bem para os dois. Que o Vasco volte a trilhar o caminho de conquistas e que o Ramon tenha as mesmas chances e o respaldo que outros treinadores tiveram. Ele conhece o Vasco, se preparou para assumir esse cargo e participou do bom trabalho do Vanderlei Luxemburgo ano passado. Acredito que se o time se reforçar para o Brasileiro, trazendo jogadores que possam jogar, o trabalho vai ser facilitado. O Lopes vai ajudá-lo nessa retaguarda. É experiente, conhece o clube como poucos. Toda sorte do mundo aos dois.