Passei por muitos jogos importantes em São Januário. Mas, sem dúvida, a primeira partida da final da Libertadores contra o Barcelona de Guaiaquil, em 98, foi inesquecível. Vencemos por 2 a 0, gols de Luizão e Donizete e praticamente selamos a conquista do título ali. Talvez tenha sido o jogo com maior público da história do estádio e, certamente, o que mais me marcou nos três anos e meio em que estive no Vasco. (NR: o recorde de público do estádio foi em 19 de fevereiro de 1978, quando o Londrina venceu o Vasco por 2 a 0 e 40.209 estiveram presentes).
Foi realmente um espetáculo inesquecível e a prova de que é muito difícil bater o Vasco em São Januário. O time sabe jogar em sua casa, sabe direito como se portar diante do adversário e contar com a força da torcida. Os vascaínos sabem que têm a sua casa, como torcer. E o time tira proveito nas partidas. O Maracanã, por exemplo, é um ótimo estádio, mas as torcidas ficam mais distantes do que em São Januário.
O que chama muito a atenção também é a arquitetura do clube. Você vê que tudo é tratado com muito carinho, é um patrimônio bem cuidado pela diretoria. O estádio é bem diferente, com toda a arquitetura portuguesa, os azulejos azuis. Parece um pouco que você volta no tempo aos observar tudo.
Recordo com muito carinho, também, minha primeira partida pelo Vasco dentro de São Januário. Foi no Campeonato Brasileiro de 97, contra o Juventude, e até marquei um gol de cabeça. Apesar do empate, ficou na memória. Pelos 80 anos que completou, São Januário não é um patrimônio do Vasco. É, sim, do Rio.