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Mauro Galvão pede que o time entre determinado para ser campeão

Foto: Arquivo/Agência O Diajogadores do Vasco erguem a Taça GB, conquistada em 2000, e fazem grande festa no Maracanã

Algumas partidas têm roteiros tão espetaculares que costumam ganhar um título, um apelido, como se fosse mesmo um filme. O Dia do Chocolate é um desses casos. Há 19 anos, num domingo de Páscoa como hoje, o Vasco saboreou uma goleada de 5 a 1 sobre o Flamengo e conquistou a Taça Guanabara de 2000. Além do placar elástico, o clássico ficou marcado pelos mais de 40 mil ovos de Páscoa distribuídos por Eurico Miranda - antes do jogo, diga-se. Hoje, é o Vasco quem vai precisar correr para reverter o placar de 2 a 0 que o Flamengo fez no primeiro jogo. Com diferença de dois gols, a disputa vai para os pênaltis, e se fizer três, o título vai para São Januário.

Na época, o Vasco era comandado por Abel Braga, hoje treinador do Flamengo. O Gigante da Colina precisava de um empate para ser campeão, e começou perdendo o jogo. Mas quem contava com Romário, Felipe e Mauro Galvão não precisava fazer muita força, e o clássico de Páscoa terminou com goleada bacalhau. O jornalista Gustavo Mehl, de 35 anos, tinha 16 e estava no Maracanã. Não lembra de ter comido o ovo de Páscoa, mas fica com água na boca só de recordar o jogo.

"Eu era um garoto de 16 anos e tenho a vaga memória do almoço de domingo de Páscoa. Lembro que saí correndo da casa da família para o Maracanã. Foi um jogo tenso, teve a embaixadinha do Pedrinho, teve expulsão, mas foi uma festa. A torcida cantou: 'eu, eu, eu, Eurico prometeu', porque ele tinha comentado durante a semana que teria chocolate no Maracanã", relembra o torcedor.

O ex-zagueiro Mauro Galvão era o líder daquele time. Sereno dentro e fora de campo, não gostou da ousadia de Eurico na época, mas entende que faz parte da rivalidade. "Eu particularmente não gosto muito desse tipo de coisa. Para nós, para o jogador, coloca uma responsabilidade muito grande. Tu tem que ganhar o jogo. Como tu vai distribuir os ovos se não ganhar o jogo? São coisas que na realidade não acrescentam no futebol. Pode causar um tumulto, uma briga. Eu entendo até, mas como jogador nunca entrei nessas polêmicas".

Abel Braga tinha Mauro Galvão na defesa, e um certo atacante baixinho no ataque. Romário reencontrava o Flamengo pela primeira vez desde sua saída do Rubro-Negro. Ele havia prometido gols durante a semana, e não perdoou: anotou logo três. Felipe e Pedrinho também fizeram naquele jogo. "A lembrança absoluta desse jogo é Romário. Ele tinha sido um grande ídolo da infância, e também era da adolescência. Os vascaínos tinham uma desconfiança muito grande com ele", relembra Gustavo Mehl, com uma pontinha de decepção: Romário não parecia lá muito animado. "Ele comemorou timidamente os gols, depois saiu machucado. Ficou uma sensação estranha, diferente da doce provocação de Eurico".

O Vasco é o time da virada?

Para ser campeão carioca em 2019, será preciso evocar o lema de 'time da virada' depois do doloroso 2 a 0 sofrido no primeiro jogo. Mauro Galvão alerta que o Cruzmaltino não pode entrar em campo tão apático quanto entrou no Engenhão. "No primeiro jogo, eu achei que o time entrou meio aéreo. O Flamengo teve facilidade. Para mudar, vai ter que voltar a jogar o que vinha jogando antes. Pelo menos, ser mais determinado em campo", diz o ex-capitão. Ele não acredita que a diferença de investimentos pesa num clássico como o de hoje. "O jogador não pensa nisso, e quando é num campeonato curto as equipes ficam muito parelhas. A questão maior do Vasco é o comportamento mesmo". 

O torcedor vascaíno, apesar das adversidades, segue louco pra sentir mais uma vez o gosto doce da vitória. "Uma das coisas mais bonitas de um estádio é quando o torcedor sente que o time tem força para virar o jogo. Cria um, dois ataques, e a torcida explode. Mas, os jogadores têm que mostrar força para virar o jogo também. Espero que isso aconteça hoje", diz Gustavo.

Fonte: O Dia
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