A Taça Guanabara que o Fluminense ganhou domingo depois de 19 anos, representou uma grande decepção técnica e de público, voltando a demonstrar com clareza que os clubes precisam repensar na organização do Campeonato Carioca.
As duas semifinais e a decisão, reunindo os quatro grandes que representam a força do futebol do Rio, não conseguiram ter 70 mil pagantes. Em Vasco x Flamengo, 18.305; em Botafogo x Fluminense, 17.027, e em Fluminense x Vasco, 31.276 pagantes. Na soma dos três clássicos, 66.608 pagantes, média de 22.200 pagantes por jogo. Baixa, muito baixa.
Do ponto de vista técnico, a maioria dos jogos foi de baixa qualidade. Nenhum dos pequenos conseguiu agradar. Foram fracos em individualidades e em conjunto. Com exceção do Engenhão e São Januário, os campos são ruins.
A média de gols foi a menor desde que, a partir de 2008, o campeonato passou a ser disputado pelo absurdo de dezesseis times. Em 2010, 195 gols (média 3.30 gols/jogo); em 2011, 185 gols (média 3.13) e, em 2012, 165 gols (média 2.79), em 59 jogos.
Até os artilheiros decaíram: em 2011, Fred marcou 9 gols; em 2010, Dodô (Vasco) e Muriqui (Madureira) fizeram 7, iguais a Alecsandro na Taça Guanabara que terminou domingo.
Não se pode esperar que a Taça Rio, que começa amanhã, melhore o panorama técnico e financeiro. Os clássicos serão seguidos Fla-Flu na 3ª rodada, dia 11, e Botafogo x Vasco na 4ª rodada, 18 e as perspectivas nada favoráveis.
Merece registro o bom nível técnico e disciplinar das arbitragens. Nas semifinais e finais, Marcelo de Lima Henrique, Pericles Bassols e Luis Antonio Silva Santos tiveram atuações praticamente irretocáveis.