Nilton teve pouco tempo para se animar com sua recuperação. O jogador, que sofreu uma ruptura no ligamento cruzado no ano passado, estava há pouco mais de quatro meses sem jogar quando voltou a sentir dor no joelho. A artroscopia confirmou o maior temor dos médicos do Vasco: o enxerto feito na operação havia se rompido. Por isso, o jogador terá que ser submetido a outro processo de reconstrução do ligamento, o que o deixará fora por mais seis meses.
Apesar da ruptura ter acontecido no tecido enxertado na primeira operação, o departamento médico do clube garante que não houve falha e que todo o processo de recuperação foi feito dentro dos prazos devidos.
- O Nilton fez tudo direitinho dentro do que foi planejado para ele. Não houve precipitação em nenhum momento da recuperação. O jogador só voltou a fazer exercícios dois meses depois da cirurgia e foi liberado para fazer movimentos leves recentemente. Ele sentiu dor ao fazer um movimento e nós logo suspeitamos que poderia ter rompido o enxerto e que ele estava com um problema de menisco. Fizemos a artroscopia para curar o problema no menisco e para confirmar a ruptura do enxerto. O jogador sabia de tudo e nos autorizou a refazer o tendão caso fosse confirmado que o enxerto estava rompido. Ele confia muito na gente e sequer pediu para ter a opinião de outro médico - explica o médico Alexandre Campello.
Segundo os médicos do clube, é comum esse tipo de problema acontecer em cirurgias de reconstrução do ligamento.
- Se você pegar a literatura mundial sobre o assunto, vai ver que entre 15 e 20% desse tipo de cirurgia costuma ter alguma complicação. Infelizmente, aconteceu com ele. Mas não foi por nenhum erro médico, nem do jogador. Foi um acaso - garante o médico Clóviz Munhoz.
Preocupado com a imagem do departamento médico do Vasco, Clóviz garante que está acostumado com esse tipo de processo cirúrgico e que o clube costuma ter sucesso nos tratamentos dos atletas.
- Já fizemos mais de cem cirurgias entre os atletas do Vasco e os resultados sempre foram muito bons. Não tivemos êxito apenas com o Nilton e o Pedrinho. Os dois tinham problemas nos ligamentos dos dois joelhos. O Nilton tem apenas 23 anos e vai seguir sua carreira tranquilamente. Claro que a gente fica triste com o que aconteceu, mas não havia o que fazer.
A certeza de que o tratamento foi feito de maneira correta é tanta, que o jogador passará pelo mesmo processo depois da segunda cirurgia.
- Não vai ter diferença. O problema não foi o tratamento. Fizemos tudo de maneira correta, baseados em todos os exames que o atleta fez. Não há motivo para mudar. Infelizmente, rompeu o enxerto dele, mas não foi por conta do tratamento - garante Alexandre Campello.