A produção ofensiva era um problema identificado desde os tempos do técnico Paulo Autuori. Na estreia de Dorival, o mau desempenho do time, principalmente do setor responsável pelas criações de jogadas - o meio de campo -, refletiu no resultado (1 a 0 Flamengo) e na estatística da partida: pela primeira vez no Campeonato Brasileiro o Vasco terminou uma partida sem criar uma jogada de ataque que terminou com finalização a gol.
De acordo com as estatísticas do jogo, o Vasco finalizou seis vezes, mas sempre em chutes de fora da área. Três deles com Fellipe Bastos no primeiro tempo. Outra chance foi com Rafael Vaz ainda na primeira etapa. As duas de Dakson aconteceram na etapa final. Embora desde a estreia contra a Portuguesa (vitória de 1 a 0 do Vasco, com três chances criadas em 90 minutos) esse quesito não esteja como ponto forte do Vasco, o clássico de domingo foi a primeira partida do Brasileiro que o scout apontou essa marca negativa. Nos outros cinco jogos, ainda de acordo com as estatísticas, foram apenas 14 chances de gol criadas - média de 2,8 por partida.
Após a partida, o técnico Dorival Junior já tinha comentado que essa falta de jogadas havia sido a principal deficiência da equipe. Chamando de \"ligações diretas\" os lançamentos da defesa para o ataque, ele disse que vai trabalhar mais a troca de passes do time. O meia Pedro Ken, no desembarque do time, disse que a produção ofensiva do Vasco depende da organização de toda a equipe, não só do meio de campo.
- Assim como dizem que o sistema de marcação começa no ataque, a criação das jogadas também vem desde a defesa. Ontem (domingo) não conseguimos colocar a bola no chão. Acabamos rifando demais a bola e o Flamengo também nos marcou bem. Não há culpa de setor nenhum, mas do time todo, porque cada um tem que cumprir com suas responsabilidades - afirmou o camisa 10 vascaíno.