Rio - O delegado Paulo Guimarães da 78ª DP disse, nesta quarta-feira, que vai investigar se a torcida Jovem Fla pratica apologia à violência, já que no site da torcida há músicas que incitam a ação. O inquéito vai apurar os crimes de formação de quadrilha, apologia à violência, além da tentativa de homicídio. A briga entre torcedores do Vasco e do Flamengo aconteceu no dia 1° de maio último, na Praça do Barreto, em Niterói. Na briga mais de 100 foram detidos e 10 pessoas ficaram feridas.
Segundo o delegado, a polícia vai ouvir integrantes da torcida jovem do Vasco, mas não determinou data. O presidente interino da torcida rubro-negra, Alexandre Oliveira Menezes, prestou depoimento nesta tarde no lugar do Carlos Renato, conhecido como Macedo, já que este está no Ceará para o jogo do Flamengo.
O delegado informou que, agora, é preciso descobrir quem é o verdadeiro presidente da torcida organizada. Em depoimento, Alexandre disse que Touchê, China e Congo são integrantes do grupo. Ainda de acordo com o delegado, Alexandre Oliveira Medeiros é diretor de patrimônio da torcida Jovem Fla, mas se apresentou como presidente atual.
As vítimas do conflito confirmaram que Marlon Cesar Soares Alvarenga, o Touchê, e o Congo estavam em uma moto quando fizeram os disparos.
Prisões
O presidente do núcleo Niterói da Torcida Jovem do Flamengo, Raphael de Souza e Silva, 27 anos, e Rafael Coutinho Azarati, 28, acusados de envolvimento no confronto entre torcedores do Flamengo e Vasco, domingo, foram presos último dia 4 por agentes da 78ª DP (Fonseca).
Segundo a polícia, depois da briga, Raphael teria sequestrado um motorista numa rua do Barreto para obrigá-lo a socorrer o outro Rafael, baleado no conflito, e levá-lo para o Hospital Azevedo Lima. Em depoimento, X. contou que o presidente da torcida, com um revólver, o obrigou a dirigir em alta velocidade e avançar sinais.
No caminho, os dois teriam feito diversas ligações telefônicas convocando outros torcedores do Flamengo a cercarem o hospital, caso houvesse represália dos vascaínos.
A polícia identificou os dois graças a imagens gravadas por câmeras de prédios e do hospital. Numa das imagens, há o flagrante de Raphael dominando o motorista. Outras mostram os dois chegando ao Azevedo Lima.
Raphael, que trabalha num escritório de advocacia,foi preso na própria delegacia, após ser chamado para prestar esclarecimentos sobre o caso. Já Rafael está sob custódia no hospital.
Segundo o delegado Paulo Guimarães, os dois vão responder por tentativa de homicídio qualificado e formação de quadrilha. A selvageria de domingo aconteceu na Praça Enéas de Castro, no Barreto, com dez pessoas baleadas.