Muitos duvidaram e apontaram até mesmo que a briga contra o rebaixamento seria a dura rotina do Vasco neste Campeonato Brasileiro. A três rodadas do fim da competição, o time chega com reais chances de classificação para a Libertadores mesmo tendo vivido percalços como a interdição de São Januário, o relacionamento conturbado com o técnico Milton Mendes, os salários atrasados a partir do segundo semestre e a polêmica eleição que ainda está longe de acabar.
Interdição e Suspenção
No dia 8 de julho, cenas de vandalismo tomaram conta dentro e fora de São Januário após o Vasco ser derrotado pelo rival Flamengo no estádio. O torcedor Davi Rocha morreu nas imediações do local ao sofrer tiros disparados pela Polícia Militar. Como punição, o Ministério Público interditou a casa vascaína e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) aplicou com uma pena de seis jogos como mandante a pelo menos 100 km do Rio de Janeiro.
Nas três primeiras partidas, o Vasco foi a Volta Redonda, cidade do interior do estado. No pleno do STJD, o gancho foi convertido para portões fechados em São Januário e as partidas contra Grêmio e Chapecoense foram disputadas desta forma. Na mesma sentença, o jogo com o Santos, também com portões fechados, mas no Nilton Santos, foi considerado como parte da punição.
Problemas com Milton Mendes
Técnico disciplinador, Milton Mendes teve alguns problemas de relacionamento com jogadores do elenco. Os casos mais conhecidos foram com Nenê, Luis Fabiano e o zagueiro Rodrigo, hoje na Ponte Preta. Quando o defensor já estava na equipe de Campinas (SP), por exemplo, os times se enfrentaram e o treinador e o atleta quase chegaram às vias de fato, sendo contidos pelos outros.
Ainda no período do treinador, o UOL Esporte revelou outras situações complicadas, como a áspera discussão com o lateral direito Madson durante um treinamento, um episódio constrangedor com o zagueiro Jomar na concentração e também uma reunião fechada do grupo para que não permitissem mais os excessos de Milton.
A chegada de Zé Ricardo, substituto de Mendes, é apontada por muitos internamente como o ponto-chave da guinada da equipe.
Salários atrasados
Com os salários em dia desde o início da gestão, Eurico Miranda passou a ter dificuldades de honrá-los a partir do segundo semestre deste ano. Em alguns momentos, os jogadores chegaram a ficar dois meses sem receber. Em coletiva na última quinta-feira (16), o presidente culpou a situação política como um dos pontos que têm atrapalhado a questão.
"Em primeiro lugar, sem entrar no mérito, o Vasco e administração do Vasco estão tendo inúmeros prejuízos com essa situação de aparente instabilidade. Isso, sem dúvida, está levando a administração a ter problemas, e nós temos os problemas do dia a dia. Dos compromissos assumidos, daquilo que a gente necessita e tem obrigação de pagar e que são inadiáveis... E isso só serve para prejudicar este andamento", declarou.
Eleição e futuro incerto
Sub-judíce, a eleição tem sido outro fator que o elenco vascaíno tenta driblar para focar no objetivo da Libertadores. Técnico da equipe, Zé Ricardo admitiu que a situação atrapalha:
"Período eleitoral traz incerteza para o futuro dos atletas, e isso atrapalha um pouquinho. Se a gente conseguir a vaga seria sensacional".
Vaga próxima
Atualmente, o Vasco ocupa a oitava colocação com os mesmos 50 pontos do Flamengo, primeiro clube a ter direito a uma vaga na Libertadores. O Rubro-Negro, porém, tem um saldo de gols melhor. O Botafogo, outro rival, está com um ponto a mais na sexta colocação.
O Cruzmaltino ainda enfrenta o Atlético-PR (fora), Cruzeiro (fora) e Ponte Preta (casa).