Seis militares do Exército estão entre os presos em brigas de torcida, no domingo (22), antes do clássico entre Fluminense e Vasco pelo Campeonato Carioca. Ao todo, 118 pessoas foram detidas. Eles vão responder por formação de quadrilha qualificada e por provocar tumulto.
Nesta segunda-feira (23), parentes passaram o dia na porta da Cidade da Polícia. Foram 99 presos e 19 adolescentes apreendidos em duas brigas distintas. O primeiro confronto foi na altura da estação de trem do Méier. Integrantes da Força Jovem e da Young Flu se enfrentaram usando paus, pedras, rojões, barras de ferro e até soco inglês. A segunda briga envolveu torcedores da Força Jovem.
De acordo com o Grupo Especial de Policiamento de Estádios da Polícia Militar, há uma disputa pela liderança da torcida.
“Infelizmente, tem torcidas que não querem a paz no futebol. E esse problema enfrentado pela Força Jovem está se repetindo na Young Flu e na Fúria do Botafogo. Antigamente, brigavam umas com as outras, depois entre elas. Agora as brigas são dentro da mesma torcida, motivadas por interesse pessoal e financeiro. É muito rentável ser presidente de organização, gera dinheiro e poder político, status. Esse é motivo violência”, disse o comandante do Gepe, tenente-coronel João Fiorentini.
Segundo a polícia, mais da metade dos presos nestes domingos tinha antecedentes criminais. Já haviam sido detidos por roubo, ameaças ou por descumprirem o Estatuto do Torcedor. Entre eles está um envolvido na briga entre torcedores do Vasco e Atlético Paranaense, em dezembro de 2013 pelo campeonato brasileiro, em Santa Catarina.
Por causa dessas cenas de violência, a Força Jovem ficou proibida de frequentar qualquer jogo de futebol até o mês passado. Uma nova decisão da Justiça impede a torcida de entrar uniformizada nos estádios por causa da confusão na final do carioca do ano passado, contra o Flamengo.
“Ninguém estava com proibição de frequentar o estádio. Era proibição de não entrar com camisa da Força Jovem. Mas, desde o momento que tirasse camisa não teria problema de entrar estádio”, disse a delegada Cristiane Carvalho de Almeida.
Segundo o estatuto do torcedor, praticar violência dentro e nas proximidades de estádio é crime. Eles vão responder por formação de quadrilha qualificada e por provocar tumulto.
A pena pode ultrapassar os quatro anos de detenção.
No fim da tarde, os presos foram levados para o presídio de Bangu e os menores apreendidos foram encaminhados para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.