Roberto Monteiro: Em defesa do Vasco da Gama
Suas tradições devem ser valorizadas, e seu patrimônio, preservado, uma vez que se trata de bens de milhares de vascaínos de norte a sul deste país
A história do Vasco, iniciada em 1898 para fazer a ponte do Brasil com Portugal por meio do esporte, foi agredida inúmeras vezes por adversários. Tentaram acabar com o clube, por exemplo, impondo a exclusão de negros e pobres. Essa agressão teve como resposta a construção de São Januário. O Vasco da Gama virou referência de inclusão social; mais tarde, todos seguiram o seu exemplo, incluindo no seu quadro social e de esportes os negros e pobres. Contudo, de todos os ataques ao longo da sua trajetória, os mais terríveis partem, agora, daqueles que dizem usar a camisa vascaína, mas o fazem, unicamente, com interesses de obter vantagens pessoais, sem qualquer compromisso.
Nos últimos, o Vasco da Gama experimentou as gestões de Eurico Miranda e de Roberto Dinamite. A arrogância do primeiro e a sua incapacidade, maquiada por bravatas, arruinaram o clube, desmoralizando-o de todas as formas e, por fim, contribuindo para a queda para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro. O outro recebeu todo o apoio; no entanto, risonhamente incompetente, levou-nos, mais uma vez, para a Segunda Divisão. Os dois, em seus erros, não cuidaram de aspectos essenciais do clube e, com administrações caóticas, somente acumularam problemas e frustrações, esquecendo, naturalmente, da conquista de novos títulos.
Agora, a um mês da eleição para a Direção do clube, o previsível aconteceu: a união desses dois personagens altamente prejudiciais ao Vasco, em acordo celebrado sob as bênçãos do presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro. Indiscutivelmente, sinalizam uma parceria para cavar uma sepultura para o nosso Vasco da Gama. Assim, ganham veracidade as notícias dando conta de que estão sendo realizadas manobras espúrias, de bastidores, no sentido de manipular a lista de sócios eleitores. A aliança dos dois está sendo chamada de União da Carranca do São Francisco com o Sorriso de Aeromoça. Ou seja, nada trazem de contribuição para o clube.
Diante desse quadro, a Identidade Vasco desaprova a associação desses personagens, pois representam um passado que não pode continuar. O Vasco da Gama é um dos maiores clubes do Brasil e deve ser cuidado com perspectiva no futuro. Suas tradições devem ser valorizadas, e seu patrimônio, preservado, uma vez que se trata de bens de milhares de vascaínos de norte a sul deste país. O Vasco da Gama precisa mudar, mas sem retroceder, porque o sentimento não pode parar.
Roberto Monteiro é vice-presidente deliberativo do Vasco da Gama e candidato a presidente do clube