"É uma discussão interna, mas ficou claro que o meu time arriou. Quero saber o por quê. Não tem motivo para arriar". Foi com estas palavras que o técnico Vanderlei Luxemburgo avaliou a condição física do Vasco no empate em 1 a 1 com o Ceará, no último sábado (26). Incomodado com o caso, o treinador já tem diagnosticada uma das causas: a logística para Fortaleza.
Após a vitória por 1 a 0 sobre o Internacional, em Porto Alegre (RJ), a delegação desembarcou no Rio de Janeiro na segunda-feira (21), ganhou folga na terça (22) e se reapresentou para um treino regenerativo na quarta (22), no CT do Almirante.
Inicialmente, a ideia era treinar na quinta (23) de manhã e seguir viagem para a capital cearense. Porém, os jogadores se apresentaram na concentração por volta das 10h30, almoçaram por lá e seguiram para Fortaleza somente na parte da tarde, quando ainda tiveram que passar no aeroporto do Galeão por um corredor de torcedores do Flamengo de fora do Rio que tinham assistido à semifinal da Copa Libertadores contra o Grêmio, no dia anterior.
Chegando lá, após pouco mais de três horas de voo, fizeram um lanche e se deslocaram para um treinamento noturno no CT do Fortaleza, considerado longe do hotel onde estavam hospedados e que fez o time chegar tarde para o descanso.
A quinta-feira quase toda de traslados foi avaliada como cansativa e seguida por um treino na parte da tarde na sexta (26).
Luxa "queima" substituições
A logística, porém, não foi a única causadora do declínio físico do Vasco no empate em 1 a 1 com o Ceará. As substituições "queimadas" de Vanderlei Luxemburgo acabaram tendo também influência.
O treinador, por exemplo, decidiu substituir o jovem volante Bruno Gomes ainda no primeiro tempo após receber um cartão amarelo.
"Eu tirei o Bruno porque vi o árbitro batendo boca com o meu jogador. Ele fez três faltas seguidas. Quando vi aquilo, pensei que, se o Bruno fizesse mais uma falta, eu perderia meu jogador. Escolhi o Raul. Não foi minha melhor escolha, porque ele vinha de lesão", justificou o treinador após a partida.
Em seguida, Luxa tirou Marrony, com dores no joelho direito, e Guarín, uma substituição já prevista por ele ainda não estar suportando os 90 minutos.
"Foi uma pena tirar o Marrony, mas ele estava com uma dor no joelho. Tive que fazer uma substituição forçada. O Guarín é um jogador de qualidade, mas está voltando. Comecei com ele porque precisa pegar ritmo, mas ainda está fora um pouco da equipe", disse o técnico.
Logo depois, Rossi passou a sentir câimbras na panturrilha direita e Ribamar ficou extenuado, mas Luxemburgo não pôde substituí-los por já ter queimado as alterações.