Esse Estadual do Rio vem provar que a boa campanha do Volta Redonda em 2005 não foi um brilho esporádico dos \"pequenos\" na competição, como muitos, inclusive eu, achavam. Agora, nesta temporada, duvido muito que um outro clube de menor investimento deixe de chegar à final.
Sim, porque depois do fiasco de Flamengo, Fluminense e Vasco na Taça Guanabara, eu esperava que pelo menos os dois primeiros fossem engrenar nesta Taça Rio e pudessem disputar uma decisão com o Botafogo.
Entretanto, depois desta última rodada, não vejo a menor chance disso acontecer. O Flamengo mostrou que continua a ser o Flamengo dos últimos anos. Levou um banho de bola do Madureira e, se o Tricolor Suburbano acreditasse um pouco mais, teria vencido por um placar mais dilatado.
Porque estava muito fácil entrar na defesa rubro-negra. Os \"renegados\" Maicon (ex-Flu), Muriqui (ex-Vasco) e Fábio Júnior (ex-Flamengo) deitaram e rolaram em cima dos limitados Rodrigo Arroz, Renato Silva e Felipe Dias. Sem falar na eterna avenida nas costas de Leonardo Moura.
Foi um bando em campo a equipe do Flamengo, na qual Luizão foi o único a se salvar, não só pelos dois gols de oportunismo, mas muito mais pela vontade. Poderia falar de Leonardo Moura também, que ofensivamente é uma peça importante. Ele até foi bem mais uma vez contra o Madureira, mas não me iludo.
É um ala de \"Estadual\". Costuma sempre arrebentar no início de ano. Foi assim nas suas passagens pelo Vasco e Fluminense também, mas, no decorrer da temporada, o rendimento começa a cair e passa a ser muito mais notado pela inaptidão na marcação.
No meio-campo, Diego Souza e Renato, desde a briga no vestiário após amistoso no Uruguai, nunca mais jogaram lhufas. Ambos estão dispersivos em campo, lentos, sem a garra que os caracterizou e foi importante para livrar o time do rebaixamento no ano passado.
Contudo, se serve de consolo à torcida rubro-negra, tão mal ou até pior que o Flamengo está o Fluminense. Quem presenciou a vitória por 2 a 0 contra o América sabe o que estou falando. Foi uma das atuações mais pitorescas da história do Tricolor das Laranjeiras.
O time, igualmente caótico ao do Flamengo, teve ao menos a \"virtude\" de jogar recuado e apenas se defender em campo. Isso porque estava enfrentando o América, no Maracanã, diante de sua torcida.
Mas o Flu de Paulo Campos atuou todo em seu campo de defesa, tal qual time pequeno contra o grande, e bateu à vontade. Bateu muito o Fluminense. Ângelo, o único expulso do time, merecia ter a companhia de mais uns dois ou três pelo menos, pois a equipe sentou o sarrafo e contou com a complacência do árbitro.
De positivo apenas o jovem e habilidoso Lenny, mais uma vez o melhor do time, e Cláudio Pitbull, pela vontade e bons arranques. Pedrinho, no meio-campo, também se esforçou, mas errou muito mais do que tentou.
Neste domingo, o Fluminense fará o clássico contra o Vasco no Maracanã. Quem perder já estará eliminado do Estadual. Empate fará com que os dois se abracem. Mas, como o Gigante da Colina consegue ser ainda mais fraco que Flamengo e Fluminense, tudo pode acontecer neste jogo.
Desta forma, os \"pequenos\" vão deitando e rolando em mais um ano no Rio. América, Volta Redonda, Friburguense, Madureira, Americano e Cabofriense pintam como principais adversários do Botafogo na decisão do Estadual. E é bom o Alvinegro abrir o olho, porque não será surpresa alguma se o América voltar a vencer depois de décadas ou, pela primeira vez na história, a taça ir para o interior do estado.