O atacante Muriqui chamou a atenção no futebol brasileiro pelas exibições no Vasco e no Atlético-MG. O jogador, de 26 anos, hoje é ídolo do Guangzhou Evergrande, da China. O time ficou famoso no Brasil após a contratação do meia argentino Darío Conca, astro do Fluminense na conquista do Brasileirão 2010.
Muriqui chegou ao Guangzhou em 2010, quando o time ainda estava na segunda divisão da Liga Chinesa. Após uma ascensão meteórica, a equipe chinesa hoje é bicampeã da elite do futebol nacional. O atacante brasileiro, inclusive, foi artilheiro da edição 2011.
Em entrevista ao R7, Muriqui disse que está muito feliz no Guangzhou. O atacante acaba de renovar contrato com a equipe chinesa pelas próximas quatro temporadas. Ele rechaça, no entanto, o título de ídolo no clube.
[O reconhecimento] é fruto de um trabalho. Eu procuro me dedicar bastante aos treinamentos, para que no jogo possa estar bem. Tenho feito um bom trabalho, e quero sempre me dar ao máximo.
A torcida, no entanto, já considera Muriqui como um de seus ídolos. O jogador diz que tem uma relação \"muito legal\" com os torcedores do Guangzhou.
Eu não esperava esse carinho que eu tenho recebido, é uma situação muito legal de se viver, e eu tenho vivido isso aqui na China. Espero que, enquanto eu estiver jogando aqui, eu possa estar ajudando a equipe dentro de campo e que esse relacionamento possa se estreitar ainda mais.
Muriqui diz que, em dois anos, não aprendeu o mandarim, idioma local. Dentro de campo, o atacante usa algumas expressões em inglês para tentar se comunicar, mas lembra que no futebol não é necessário o domínio de um idioma: \"A linguagem em campo é universal, com gestos\".
O atacante também aposta no crescimento do futebol chinês nos próximos anos.
Precisa evoluir bastante ainda, eles [chineses] infelizmente ainda estão em um estágio inferior ao futebol mundial. Mas acredito que daqui para a frente, trazendo grandes jogadores e treinadores de renome, que teriam mercado na Europa, o futebol chinês vai evoluir bastante.
Muriqui também falou sobre a má impressão deixada pela seleção chinesa no amistoso realizado em setembro deste ano. Para o atacante do Guangzhou, clube que forma boa parte da base do time da China.
O meu time tem sete ou oito jogadores na seleção, e jogaram apenas dois ou três. Não que o Brasil não ganharia, acho até que seria com facilidade mesmo, mas não seria 8 a 0 o placar.
Futuro
O lado financeiro é o maior fator para a permanência de Muriqui na China nos próximos anos. O atacante diz que espera ficar pelo menos mais duas temporadas no futebol asiático, embora reconheça a vontade de voltar a jogar no Brasil um dia.
Eu tenho 26 anos, hoje minha mulher está grávida, financeiramente eu tenho aqui uma situação muito confortável, talvez no Brasil eu não receberia o que eu recebo aqui. É muito complicado quando você pensa em voltar, e dá muita vontade quando você vê o Campeonato Brasileiro no nível que está, mas aí eu paro e penso: \"vou ter meu filho, minha mulher\". Então por enquanto eu penso em ficar por aqui.
Apesar da questão do salário, Muriqui ressalta que não vê o futebol chinês apenas como uma forma de ganhar dinheiro.
Tenho procurado dar o máximo, porque eu acredito que não adianta vir aqui só ganhar dinheiro, como alguns jogadores fazem, tem que vir aqui para jogar e marcar seu nome.