Em entrevista ao canal 'Torres da Colina', Nelson Sendas falou sobre como começou sua relação com o Vasco, seu envolvimento na política, além do apoio a Julio Brant e a conturbada eleição de 2017.
Como começou essa relação com o Vasco, como seu pai começou esse berço de Vasco desde sempre?
- Na verdade, meu avô era português, veio para o Brasil. E ele sempre foi vascaíno e passou isso para os filhos. É meu e mais 4 irmãos e todo mundo era vascaíno, né. E o Vasco está no DNA da nossa família, o Vasco como o comércio está no DNA da nossa família. Então, desde 1940, 1945 que a turma já era vascaína, já vivia o Vasco com intensidade e isso foi passando de geração a cada geração. Meu pai foi a primeira pessoa da família que se envolveu politicamente com o Vasco. Ele queria ajudar muito o Vasco. E isso faz parte, como te falei, da família Sendas, eu tenho sobrinho apaixonados pelo Vasco também e a gente fica até um pouco chateado pelo Vasco não está vivendo um bom momento e são meninos de 20 e poucos anos. Nós vascaínos mais antigos, o Vasco deu muita alegria para gente e a gente quer isso de volta. A gente quer a garotada. Você sabe, Fábio, o que mais me entristece... Eu participei daquele conselho do Vasco, como participo agora dessa gestão - na outra gestão o que mais me chateava é que eu via pessoas ali falando coisas, querendo tomar decisões e não pensando em pessoas como você, como meu sobrinho ou como aquele jovem que tem aquela alegria de ir ao estádio ou ver jogo na televisão, quer dizer, a irresponsabilidade dessas pessoas que tem tanta gente vive, adora o Vasco e essas pessoas que tomaram... são coisas do passado. E isso era o que mais me chateava, eu ficava pensando: esse cara não está vendo o mal que está fazendo para milhões de pessoas que amam o Vasco, que querem o melhor para o Vasco. Então, isso daí é… Inclusive foi isso que me motivou a entrar nessa parte política aos 59 anos. Eu nunca me interessei, sempre fui torcedor, sempre fui como todo mundo gostava de ir para o estádio, nasci e desde que me entendo por gente sempre ia à São Januário e Maracanã com a minha família. Então eu nunca quis me envolver com política, porém, o que acontece é que o Vasco precisa de gente que precisa de gente que queira ajudar o Vasco, a verdade é essa. E em 2014, o Julio me chamou para fazer parte da diretoria dele naquela época eu não podia, mas apoiei a chapa dele. Em 2018, ele me pediu para fazer parte da vice presidência dele e eu mesmo não tendo esse viés político eu achava que devia ajudar o Vasco e entrei na chapa dele, infelizmente fizemos aquele acordo com a outra chapa e aquilo dali foi um retrocesso, porque tudo que nós lutamos e conseguimos na verdade, que era trazer o Vasco para o século XXI, tirar aquela turma — sem querer, mas o Vasco vivia no século passado — e nossa ideia era fazer com que o Vasco entrasse nesse século, as coisas mudam e o Vasco precisa de modernidade e infelizmente houve aquela situação lá com aquele candidato e trouxe todo mundo de volta, todo mundo que ele mesmo dizia querer tirar do clube e trouxe todo mundo de volta e o Vasco ficou no marasmo mais 3 anos.
Comentário sobre a penúltima eleição do Vasco
- Aquilo foi um golpe, aquilo foi uma coisa muito ruim para o Vasco, muito ruim para nós todos. Teve um momento que eu não imaginava, que eu não conseguia acreditar que aquilo pudesse acontecer e aconteceu! No Vasco entrou um monte de pessoas que, na minha opinião, não estavam preparados para gerir o Vasco e o Vasco não caminhou esse tempo e agravou mais a situação que o Vasco vive. Hoje nossa chapa o Sempre Vasco, é uma chapa oposição, mas é uma chapa que apoia o trabalho do Salgado, lógico não somos fãs incondicionais do trabalho e lógico que nós temos nossas críticas, porém, temos que apoiar essa gestão porque o Salgado ele está tentando — o Salgado o Osório, aquela turma do Mais Vasco — eles realmente pegaram uma batata quente e estão querendo mudar o Vasco, levantar o Vasco. O Vasco é um time que tem muita dívida, é um time que tem pouca receita no momento, mas isso tudo pode ser trabalho que o Vasco tem como ativo, primeiramente, uma história maravilhosa, uma história que ninguém tem, uma história de inclusão, uma história linda e uma torcida espetacular. Sem querer desmerecer as outras torcidas eu não acho que exista torcida como a do Vasco. Lembro-me do último jogo que fui ver, foi Vasco e Goiás, em São Januário, o Vasco jogou muito mal. Eu estava até com o namorado da minha filha, ele é americano e queria que eu o levasse para assistir ao jogo do Vasco e o Vasco me fez passar vergonha, mas a torcida deu um show. A torcida está sempre lá, foi 1 a 0 Goiás, na época foi na Copa do Brasil de 2020. Mas a torcida deu um show e eu acho que esse ativo que o Vasco tem a história dele e a torcida do Vasco nós temos condições de levantar esse time, temos condição mesmo.