No intervalo da partida contra o Brusque, quando o Vasco já vencia por 1 a 0, Nenê não gostou de ser perguntado sobre o alívio de voltar a fazer gol depois de 13 jogos - o último havia sido na vitória sobre o Bangu, em fevereiro, pelo Carioca.
- Por que alívio para mim? Assistência para mim vale como gol - retrucou ele.
Mas a noite de quinta-feira em São Januário estava reservada, mesmo, para o lado artilheiro do camisa 10, que fez mais um no segundo tempo e foi o principal nome da vitória por 2 a 0 em jogo válido pela nona rodada da Série B do Brasileirão. Com a camisa do Vasco, Nenê só havia feito dois gols no mesmo jogo outras cinco vezes.
Depois da quarta vitória consecutiva em São Januário, resultado que garante ao Vasco ao menos por enquanto a vice-liderança da Série B, Nenê falou sobre os altos e baixos dele e da equipe e comemorou o entrosamento do time depois de um início de temporada difícil.
- É claro que nem sempre as coisas ocorrem da maneira que a gente quer, sabia que teríamos um início complicado, eu falei. É um time novo, tinha que ter paciência, que o time ia entrosar, pegar ritmo de jogo. A gente parou por três semanas e perdeu totalmente o ritmo de jogo. Acho que, pouco a pouco, estamos voltando a ter confiança - disse o camisa 10 do Vasco, que completou:
- Nosso objetivo é nos manter ali no G-4, essa é a minha ideia. Não só por causa da minha idade, mas eu tento ser exemplo no dia a dia, nos jogos. Sempre vou dar a vida pelo Vasco, em todos os momentos. E, graças a Deus, hoje fui coroado com os gols.
Nenê foi bastante exaltado pelo técnico Zé Ricardo, que disse que o meia "conhece bem os espaços" no campo. E demonstrou sintonia com a torcida ao pegar uma bandeira do Vasco no segundo gol e comemorar bem próximo à arquibancada - pelo gesto, recebeu o cartão amarelo.
- Eu vi o bandeirinha, comemorei e tal, mas já fiquei naquela: "Será (que estava impedido)?". Fiquei orando: "Tomara que tenha sido". E aí realmente foi, foi maravilhoso ali o momento, fiquei muito feliz, saí correndo. O Almirante (mascote) já me deu a bandeira, foi muito fera, saí correndo igual um doido (risos) - contou ele, que considerou "desnecessário" o cartão amarelo.
- Eu não entendo o porquê. Eu já estava ali naquele local. Quer dizer que só porque eu peguei a bandeira... E não fui nem eu, o Almirante que me deu. É um momento de alegria, de explosão com a torcida. Você está lá se divertindo de uma maneira respeitosa, uma coisa bacana. Acho desnecessário, mas fazer o quê? - concluiu Nenê.