10 histórias de ‘amor e ódio’ de jogadores com suas torcidas em 2017
10/10/2017, 07:0010/10/2017, 07:00
ESPN.com.br
Eles começaram a temporada com moral, alguns até foram reverenciados como ídolos, mas o presente não tem sido nada agradável para eles. Estamos falando de jogadores contratados com muita expectativa no início de 2017, mas que não conseguiram justificar em campo e hoje amargam a reserva.
Mas também há aqueles que iniciaram 2017 sem qualquer expectativa, muitas vezes desacreditados pelos próprios torcedores, mas que deram a volta por cima e hoje são adorados pelas arquibancadas, virando quase ídolos.
Conseguiu se identificar com alguém do seu clube?
Pensando nisso, o ESPN.com.br separou ao menos dez casos que se encaixam neste perfil. Mas a lista poderia ser bem longa...
Jucilei
O volante chegou por empréstimo para o São Paulo até o final deste ano e o Shandong Luneng, da China, já disse que não negociará um novo acordo por empréstimo. A saída seria contratá-lo, mas o fato de o time tricolor não demonstrar disposição alguma para pagar os R$ 15 milhões explica muita coisa.
Hoje, Jucilei é reserva no time de Dorival Júnior. Começou as últimas partidas no banco de reservas, tendo entrado alguns minutos no clássico contra o Corinthians. Na ocasião, muitos torcedores entenderam que ele deixou o time mais lento.
Um contraste com o momento que viveu quando chegou. Era titular absoluto sob o comando de Rogério Ceni e, portanto, muito elogiado pelos torcedores. Houve um princípio de mal estar quando Dorival tirou ele do time. Muitos são-paulinos ficaram temorosos.
Hoje não se importam tanto. Até dão razão ao treinador.
Nunca houve confirmação oficial, mas a alegação de Dorival é que Jucilei deixava o time mais lento. Há quem diga que o fato de o São Paulo já saber que não poderá contar com ele em 2018 também pese e por isso ele perdeu a vaga no time.
O fato é que se fosse embora hoje Jucilei não veria uma comoção a seu favor. Ele perdeu espaço no time e também prestígio.
Borja
O destaque do Atlético Nacional, da Colômbia, na conquista da última Copa Libertadores virou o alvo de muitos clubes no mercado. Sorte do Palmeiras, que, com ajuda dos donos da Crefisa, conseguiu desembolsar R$ 33 milhões para trazer o atacante Borja.
A vinda dele ajudou na venda de camisas, fez com que o Palmeiras fosse colocado como favorito aos títulos de 2017 e animou os torcedores de modo pouco visto nos últimos anos, considerando que ele nem sequer havia entrado em campo.
Mas, contrariando todas as expectativas, o colombiano ficou bem aquém de seu histórico no Atlético Nacional. Em momento algum repetiu o instinto goleador do ano passado. Pelo contrário, perdeu muitos gols e deixou muitos torcedores irritados.
Hoje, ele acumula 35 jogos e apenas sete gols. Uma média muito baixa para um artilheiro. Se for embora, talvez o sentimento que deixará nos torcedores é o de frustração. É possível que muitos se queixem dos R$ 33 milhões gastos em Borja.
Marquinhos Gabriel
A história dele é inversa as das duas contadas acima. O meia Marquinhos Gabriel iniciou 2017 totalmente desprezado pelos corintianos. Os torcedores feitos pediam para que ele fosse negociado com outra equipe, que não usasse mais a camisa do Corinthians etc. Isso durou alguns meses.
Mas Marquinhos Gabriel foi sábio e paciente ao ouvir os conselhos do técnico Fábio Carille. Manteve a calma, focou no trabalho do dia a dia e, quando chegou a chance, entrou em campo e mostrou uma nova faceta para a torcida. Voltou a ser um jogador competitivo.
Pode ser que hoje ele ainda não seja uma unanimidade, mas nos últimos jogos do Corinthians foi muito mais fácil encontrar torcedores pedindo para que ele jogasse no lugar de Jadson do que corintianos desejando que ele fosse embora do clube.
Nenê
Um ídolo recente da torcida do Vasco, Nenê viu a história mudar de figura em julho deste ano. Foi quando ele solicitou ao clube que não o relacionasse para os jogos porque estava aguardando propostas para ser negociado. Uma decisão incomum e que dividiu os torcedores naquele momento.
Chegou a faltar em treinos após esse período e parecia já não se importar muito com o clube, que brigava (e briga ainda) para evitar a degola no Brasileiro.
Os dias passaram e Nenê não recebeu propostas para sair. Em agosto pediu para ser reintegrado ao elenco. O pedido criou um problema. Como indicou que poderia sair, o meia passou a treinar em horários separados. O resultado é que já não gozava da melhor forma física e estava sem ritmo de jogo.
Ficou sem jogar de 16 de julho até 13 de agosto. Quase um mês. Nos últimos jogos voltou a ser titular do Vasco, mas claramente o clima dele com a torcida mudou. Não é odiado, mas pode se dizer que virou um "mortal", perdendo a aura que o rodeava desde 2015.
Lincoln
O meia tem apenas 18 anos e é uma promessa da base do Grêmio. Isso fez com que muitos torcedores ficassem ao seu lado, o apoiando quando entrava em campo, torcendo para ver o garoto render aquilo que tanto se falava sobre ele nos corredores do clube.
Mas ocorreu um problema. Lincoln passou a jogar menos do que se esperava. Estava integrado ao elenco profissional, mas não era parte importante do grupo. Acabava sendo aproveitando em momentos em que o time era reserva, o que consequentemente refletia na atuação dele.
O técnico Renato Gaúcho chegou a afirmar que Lincoln estava "desfilando, de férias" no profissional. E atribuiu a si a decisão de fazer com que o jogador voltasse a ser aproveitado com maior regularidade. Mas as atuações já não refletiam a qualidade prometida e as vaias começaram a acontecer.
Márcio Araújo
É um caso de "ódio" verdadeiro e para comprovar isso basta garimpar comentários nas redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram Stories etc.) de torcedores do Flamengo. Mas nem sempre foi assim.
Durante um período o volante Márcio Araújo era o homem de confiança do técnico Zé Ricardo e justificava essa condição em campo. A torcida reconhecia o esforço do jogador e gostava da entrega que ele dava em campo. É difícil precisar quando a história mudou.
Alguns flamenguistas apontam que foi a partir do momento em que o time passou a ser reforçado, ganhando estrelas no elenco. Outros entendem que foi após a queda de rendimento do final do ano passado, algo que fez com que o Flamengo se desgarrasse da corrida pelo título.
O fato é que Márcio Araújo voltou a viver com a ira dos torcedores. Cada vez que é escalado ou chamado para entrar em algum jogo ouve reclamações. Se erra em campo, vaias logo surgem. Difícil, hoje, é encontrar algum flamenguista que o defenda.
Robinho
Outro caso de jogador que chegou rodeado de elogios e atualmente vive um momento difícil é o atacante Robinho.
Foi contratado após uma queda de braço com o Santos. Chegou em Belo Horizonte no ano passado. Com ele em campo, ao lado de Fred, Pratto, Cazares e companhia, o time mineiro chegou a brigar pelo título do Brasileiro. Não deu.
Neste ano, a expectativa é que o Atlético-MG brigaria por todos os títulos da temporada. Também não foi assim.
Foi campeão mineiro e chegou à decisão da Primeira Liga, perdendo a taça nos pênaltis para o Londrina. Na Libertadores, foi eliminado pelo Jorge Wilstermann-BOL nas oitavas. Na Copa do Brasil caiu nas oitavas para o Botafogo. Já no Brasileiro está ameaçado de rebaixamento.
Robinho virou reserva ao longo desta temporada e agora, com Oswaldo de Oliveira, voltou ao time titular. Mas o amor da torcida precisa ser reconquistado.
Rafael Sóbis
Campeão e artilheiro da Copa do Brasil de 2017, Rafael Sóbis tem motivos para sorrir no Cruzeiro. Quer dizer quase isso. Ele ganhou um título com o time e obteve um feito pessoal, mas a torcida celeste acha que o atacante está devendo.
No último dia 7 de outubro, ele deixou o campo na vitória contra a Ponte Preta. Ele mesmo demonstrou surpresa.
“É difícil dizer, porque a gente vem num momento bom. O time vem de uns dez jogos invicto (12, na verdade), sem perder. E para que isso aconteça todo mundo tem uma parcela dentro de campo. Claro que a gente não gosta”, disse o atacante naquele dia.
Talvez o desempenho total em 2017 ajude a explicar. Ele viveu altos e baixos. Tem dificuldade de atuar com um bom nível de regularidade. Além disso, Sóbis marcou apenas um gol nos últimos 20 jogos, em duelo contra o Atlético-GO, pelo Campeonato Brasileiro. A torcida quer mais.
Lucas Lima
O meia do Santos tem uma situação difícil de definir. Hora vive um caso de amor com a torcida. Hora, um caso de ódio.
Dois casos ajudam a exemplificar isso. Quando noticiou-se que ele assinaria um pré-contrato com o Barcelona, de modo que pudesse defender o time a partir de janeiro de 2018, por indicação de Neymar, sem qualquer retorno financeiro ao Santos, foi vaiado em plena Vila Belmiro.
É verdade que as vaias não foram apenas pelas notícias. Ele também vinha fazendo jogos ruins.
Mas recentemente teve uma grande prova de amor. Recuperou a melhor forma e a ausência dele no duelo contra o Barcelona-EQU, na derrota por 1 a 0, em plena Vila Belmiro, e que custou a vaga do time na semifinal da Libertadores, foi muito lamentada.
Naquele dia não faltaram torcedores declarando amor e saudades do meio-campista.
Mas a história de Lucas Lima muda rapidamente. Hoje, com a especulação de que ele poderia estar acertando a ida ao Palmeiras, muitos torcedores já voltaram a reclamar do talentoso jogador...
Camilo
O meia de 31 anos viveu o melhor momento da carreira no Botafogo em 2016. E até por isso foi elevado pela torcida a um patamar muito alto, quase um ídolo ao lado de figuras como Túlio, Vagner, Dodó... Porém, qualquer torcedor que leia isso hoje se irritará.
O motivo é que Camilo deixou a relação se desgastar em 2017. Os torcedores acusavam ele de não estar se empenhando mais como antes. Também apontavam uma queda de rendimento e cobravam do meio-campista o mesmo futebol de 2016.
Quando apareceu o interesse do Internacional ele passou a ser vaiado nos jogos do Botafogo. Muitos viram ali o motivo do desinteresse. Verdade ou mentira, a transferência acabou se concretizado e muitos torcedores não perdoaram mais ele. Hoje, é "odiado" pelos torcedores alvinegros.