Nilton pode até aparecer pouco, mas está sempre lá. Ao lado de Fernando Prass e Carlos Alberto, é remanescente do grupo que subiu para a Primeira Divisão em 2009, no começo da gestão Roberto Dinamite. O volante pode até aparecer pouco, mas está sempre lá, vivendo todos os altos e baixos do Vasco nos últimos quatro anos.
Na temporada que acabou, Nilton esteve sempre lá e apareceu mais do que costumava aparecer. Em meio ao senso comum de que o time fracassou em 2012, o jogador teve atuação digna de elogios. Infelizmente, o gosto amargo também se fez presente, já que, mesmo com o bom desempenho individual, não conseguiu colocar o Gigante da Colina na Libertadores de 2013.
Em entrevista ao LANCE!Net, Nilton revela que o começo do ano que vem não será feito apenas de frustração pelo fato de assistir aos jogos da competição sul-americana pela televisão. O começo da temporada é aguardado com ansiedade, já que finalmente poderá trabalhar com Ricardo Gomes, bom exemplo em tempos de tropeços em campo e outros ainda piores fora dele.
LANCE!Net: Como você resume a temporada do Vasco e a sua, particularmente?
Nilton: Nossa temporada teve momen-tos bons e ruins. Até o meio do ano, estávamos bem. Depois, tivemos uma queda muito brusca. Eu sempre procurei manter a regularidade, com um estilo de jogo que não oscilasse, e fui bem, fui elogiado pelos companheiros. Mas eu queria mesmo é ter ajudado mais. Nossa intenção era terminar o Brasileiro no G4.
LANCE!Net: E qual foi o sentimento com o resultado que foi alcançado?
Nilton: Ficou um pouco de tristeza, por tudo que o nome do Vasco representa, pela grandeza que tem. Posso dizer que ficou um pouco de mágoa, mas é coisa do futebol, acontece. O momento não é muito bom, mas temos de passar por cima das dificuldades, dos problemas, para que 2013 seja melhor.
LANCE!Net: Como você encara esses problemas que o Vasco tem enfrentado fora de campo?
Nilton: A nossa expectativa é de que tudo possa melhorar. É claro que o presidente vai sempre tentar arrumar os problemas extracampo, mas sabemos que não vai ser de um dia para o outro. Tanto dentro quanto fora de campo, os jogadores que forem ficar no Vasco, junto aos que estão para chegar, formarão uma boa equipe para virarmos essa página de 2012.
LANCE!Net: Com todos os problemas e a saída de jogadores importantes, o time de 2013 pode ser mais fraco que o dos últimos anos?
Nilton: Em 2009 foi a mesma coisa. O elenco foi formado por jogadores desconhecidos. Os mais famosos eram o Carlos Alberto e o Fernando. Acho que ano que vem pode acontecer da mesma forma, mesmo que não tenha jogadores de nome, o grupo pode corresponder e estar sempre brigando para chegar às decisões.
LANCE!Net: O retorno do Ricardo Gomes pode ajudar neste sentido?
Nilton: A volta do Ricardo é muito boa. Para mim, será uma satisfação muito grande. Quando ele chegou, eu estava lesionado. Só depois que ele sofreu o AVC que eu voltei a jogar. Estou até ansioso. A força que ele tem pode nos inspirar. A sua superação transmite para nós, jogadores, que podemos nos superar também, que podemos passar por cima dos problemas diários para conseguirmos reverter a situação em que se encontra o Vasco.
LANCE!Net: Como está sua cabeça em relação ao futuro? Você pensa em jogar fora do país?
Nilton: Todos os jogadores devem ter esse pensamento, mas eu tenho contrato com o Vasco, um ano e meio, quase dois anos. Por enquanto, a cabeça está apenas focada no Vasco, no meu futebol, para eu me apresentar cada vez melhor. É claro que penso na parte financeira, mas tenho ainda um compromisso muito grande com o Vasco.
LANCE!Net: Você fez questão de jogar com a camisa 19 este ano. Irá seguir com ela em 2013?
Nilton: Não dá para descartar a camisa, até pela temporada que tive, pelo o que o número significa na minha vida. A 19 vai ser sempre intocável para mim (risos).