Ele tinha um lugar garantido no coração dos torcedores do América. Afinal, foi sob o comando de Jorge Vieira que o simpático clube da Tijuca conquistou seu último Campeonato Carioca, em 1960. E foi exatamente o coração de Jorge Vieira que falhou, aos 78 anos. Nascido a 18 de julho de 1934, estava internado no Prontocor, de Botafogo, e morreu nesta terça-feira. O enterro será nesta quarta, no Cemitério São João Batista, às 11h.
Além do América, ele foi treinador de Vasco, Fluminense, Olaria e da seleção do Iraque de Saddam Hussein, time que classificou para a Copa do Mundo de 1986, no México. Como jogador, Jorge Vieira foi lateral do Madureira e trabalhou também no futebol mexicano, onde se tornou bicampeão pelo América da Cidade do México.
Lateral de estilo vigoroso, encerrou cedo a carreira de jogador, e aos 26 anos estreou com sucesso na função de técnico, levando o alvirrubro da Campos Salles ao título carioca.
Em entrevista ao jornal O GLOBO em 2010, na comemoração dos 50 anos daquela conquista, Vieira parecia ainda não acreditar na façanha que havia conseguido, lidando com muitos jogadores até mais velhos que ele, como o goleiro Pompéia, o meia João Carlos e o atacante Nilo.
- Às vezes, me pergunto como consegui me impor. Eu andava no meio deles. Ninguém podia imaginar que seríamos campeões - afirmou Vieira à época, destacando o valor dos adversários:
- O Botafogo era a seleção. A gente só jogava com time fera. Até o Bonsucesso dava trabalho.