Alexandre Campello, entre tantas missões como presidente do Vasco, possui uma de ordem política. A saída de João Marcos Amorim da vice-presidência de finanças, em decorrência de divergências quanto ao orçamento para o futebol em 2020, faz com que o mandatário tenha de cair de cabeça no quadro vascaíno atrás de um substituto.
Isso acontecerá com algumas peculiaridades. Diferentemente da vice-presidência de controladoria, que deve em breve ser desocupada por Adriano Mendes, a de finanças é estatutária. Ou seja: precisa ter alguém no seu comando.
Além disso, ela é, conforme o Estatuto do Vasco, a única das vice-presidências estatutárias que precisa ser ocupada por um membro do Conselho Deliberativo - no caso das outras, o dirigente deve apenas ser sócio para ser empossado.
Isso restringe as opções de Alexandre Campello. O Conselho Deliberativo é composto por 300 membros, 150 eleitos e 150 beneméritos. Com o afastamento da "Cruzada Vascaína" e do "Desenvolve Vasco", o grupo político de apoio a Campello ficou ainda mais restrito. Os mais numerosos dentro da política vascaína são oposição: os euriquistas, a "Identidade Vasco" e a "Sempre Vasco".
Deve restar a Campello recorrer ao Conselho de Beneméritos, onde tem apoio numeroso, atrás de um novo dirigente para a vice-presidência de finanças. Existe uma discussão interna para que seja criada uma comissão de gestão entre os apoiadores remanescentes para cuidar da vida financeira do clube. De qualquer forma, ainda será necessário alguém para assumir a vice de finanças.
Outra tarefa que é alvo da diretoria é tentar rearticular as forças políticas do clube em 2020 para tentar garantir a governabilidade de Alexandre Campello até o fim do mandato. A preocupação com os rumos do clube depois das últimas saídas é real.