O Vasco alcançou o principal objetivo na temporada: o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro. Mas não foi nada fácil. O Cruz-Maltino teve uma boa campanha no primeiro turno, ficando em segundo lugar, mas oscilou bastante no returno da competição e garantiu vaga na Primeira Divisão somente na última rodada na "Batalha de Itu". Se para conseguir tal feito foi sofrido, fora de campo, o departamento médico teve bons números. Foram 21 baixas médicas em 2022, duas a menos do que no ano anterior e o mesmo número do que 2020 e 2019.
- Quando fui convidado para dirigir o Departamento Médico do Vasco, pelo Rafael Cobo, no ano passado, a premissa era termos um departamento forte tecnicamente, que produzisse ciência e, consequentemente, reconhecido no cenário nacional por isso, se tornando uma unidade de negócio e um ativo do clube. Os resultados começam a aparecer e tendem a melhorar com o aporte tecnológico que nos faltava. A redução do número de lesões em relação ao ano passado, creio que se deva ao maior controle do DESP na preparação física. Além disso, intensificamos os protocolos preventivos, tão debatidos nas nossas reuniões científicas. Como resultado, tivemos o número de atletas disponíveis ao treinador extremamente alto - disse Gustavo Caldeira, diretor médico do Vasco, que chegou ao clube em março do ano passado para coordenar o Departamento de Saúde e Performance (DESP).
Quem ficou o maior tempo no departamento médico foi Ulisses. Formado na base do clube, o zagueiro sofreu uma lesão ligamentar no pé esquerdo em março, passou por procedimento cirúrgico e se recuperou no final de julho. Nesse período, ele desfalcou o time em 23 jogos na temporada.
Os jogadores com mais entradas no DM foram Erick e Juninho, com três idas cada. Tanto o atacante quando o volante desfalcaram o Vasco por conta de lesões nas duas coxas. Por sinal, é a parte do corpo que teve o maior número de vetos clínicos no ano: 12, no total.
Peça importante no sistema defensivo do Vasco, Gabriel Dias foi a principal ausência na temporada. Titular absoluto, o lateral-direito sofreu por duas vezes com inflamação do tendão patelar do joelho direito. A primeira entrada no DM, em junho, fez com que o camisa 13 ficasse de fora de quatro jogos pela Série B.
A princípio, o departamento médico do clube optou pelo tratamento conservador, o jogador participou de mais três jogos, porém no último contra a Chapecoense, voltou a sentir dores no local e saiu de campo aos prantos. Após ser reavaliado, o atleta foi submetido a uma cirurgia e, desde então, não atuou mais pelo Cruz-Maltino.
- A cirurgia para tratamento de tendinite ou tendinose patelar é uma indicação de exceção, quando não temos resposta satisfatória ao tratamento conservador. Então foi indicado o tratamento cirúrgico com prazo médio de retorno entre 4 e 6 meses. No momento, o Gabriel realiza protocolo com ótima recuperação - explicou Caldeira.
Depois de um período de ostracismo, em que sequer vinha sendo relacionado, Léo Matos recebeu nova oportunidade, e terminou a Série B como titular na lateral direita, que ainda teve Weverton e Matheus Ribeiro. O primeiro foi emprestado para o Internacional, enquanto que o ex-jogador do Avaí, contratado justamente para substituir Gabriel Dias, perdeu espaço por atuações irregulares e foi preterido pela comissão técnica.
Os números confirmam o motivo de Gabriel Dias ter sido a ausência mais sentida no ano. O Cruz-Maltino não sofreu gol em nove dos 14 jogos em que ele esteve em campo. Nas partidas em São Januário, os números são ainda melhores. Com o lateral-direito, o Vasco não perdeu em casa (4V / 3E) e levou apenas um gol em sete jogos (média de 0,14). Após sua saída, a defesa foi vazada em 14 dos 16 jogos restantes da Série B e passou a ser bastante contestada.
Critérios e Metodologia
As informações levantadas para esta pesquisa foram retiradas no site oficial do Vasco e apuradas junto aos setoristas do ge no dia a dia.
O recorte temporal deste levantamento foi de 01 de janeiro de 2022 até a data da publicação desta matéria: 10 de novembro de 2022. Todas as baixas médicas sofridas pelos jogadores fora desse universo temporal não entraram na pesquisa.
O critério para inclusão de um atleta no levantamento foi o veto pelo departamento médico de pelo menos uma partida oficial por motivo clínico. Todos os problemas médicos que impediram a escalação do jogador na equipe para a partida seguinte foram computados no levantamento. Jogadores poupados e com desgaste físico não entraram na conta assim como problemas fisiológicos.