A reunião do Conselho dos Beneméritos do Vasco não teve pedido de impeachment do presidente Roberto Dinamite. No entanto, os opositores deixaram São Januário com armas para isso. O vice-geral do clube, Luso Soares da Costa, entregou nas mãos de Eurico Miranda um CD com gravações que comprometem parte da diretoria vascaína entre eles, o próprio Dinamite e os vices de futebol, José Hamilton Mandarino, e de finanças, Nelson Rocha.
Em uma das faixas, Mandarino diz que vai contratar o atacante chileno Pinilla, que na época estava desempregado há alguns meses, apenas para prejudicar o trabalho do então treinador Tita, que não contava com a simpatia de muita gente em São Januário. Coincidentemente, poucos dias depois, Tita foi demitido e Renato Gaúcho, contratado. No fim do ano, o Vasco terminou rebaixado para a Segunda Divisão.
Outra parte das gravações tem Nelson Rocha orientando Dinamite a assinar contrato com a BWA para a fabricação de ingressos sem ler nenhuma das páginas. Esse contrato é um dos pontos mais polêmicos no clube. O Conselho Fiscal cobra em todas as reuniões esclarecimentos sobre a parceria.
Por último, há o áudio de uma reunião em que se escolhe o nome de Nelson de Almeida para assumir a vice-presidência jurídica apenas por ser opositor a Eurico Miranda. Nos últimos dias, Nelson foi interpelado no clube por ter contratado um escritório em que a filha dele trabalha para prestar serviços por preço acima do normal.
O CD pegou todos de surpresa e, a partir daí, a conversa para tentar articular o impeachment do presidente pode começar. Mas nem Luso nem Eurico querem dar início. A diretoria vai ter um prazo para responder às acusações e apresentar os documentos necessários. O presidente Roberto Dinamite foi procurado pelo Ataque, mas não respondeu às ligações.