"O Martín teve uma grande atuação, deu no que deu". As palavras do técnico Ricardo Gomes em entrevista coletiva no Maracanã, após a derrota por 1 a 0 do Botafogo para o Vasco, no primeiro jogo da final do Campeonato Carioca, retratam bem o que foi o duelo: domínio alvinegro e um carrasco cruz-maltino. O time de General Severiano criou as melhores oportunidades, mas o goleiro se mostrou eficiente no mano e mano: parou Ribamar e atrapalhou Bruno Silva. E não foi a primeira vez. No encontro anterior - o arqueiro não jogou o segundo dos três clássicos por estar com a seleção do Uruguai -, também já havia levado a melhor sobre Ribamar e feito milagre em finalização de Neilton. Afinal, como superar o paredão uruguaio?
Se ainda quiser ser campeão carioca, o Botafogo vai precisar encontrar a resposta para esta pergunta e vazar um goleiro que sofreu só nove gols em 17 jogos na temporada - quase um a cada duas partidas. Do atual elenco, o único que já conseguiu o feito foi o zagueiro Emerson, que está lesionado e surpreendeu o arqueiro com uma bomba em cobrança de falta no ângulo no primeiro duelo entre as equipes. Mas os jogadores alvinegros não veem a tarefa como impossível e para isso pregam duas coisas: tranquilidade e pontaria.
- Não é que ele cresce, às vezes a finalização está acabando em cima dele. Acho que tem que tentar tirar um pouquinho dele para fazer o gol. Está faltando um pouquinho mais de sorte. A gente está criando situações, mas infelizmente a bola não está entrando. Tem que ter um pouquinho mais de calma na hora da finalização para o gol poder sair - avaliou Gegê.
Martín Silva vem atuando adiantado, permitindo que ele saia do gol e chegue primeiro na bola nos lançamentos para os atacantes nas costas dos zagueiros. No segundo tempo do clássico, Fernandes percebeu isso e tentou um gol do meio de campo, mas também não deu certo.
Bruno Silva não chegou a parar em Martín, mas ao tentar tirar do goleiro acabou pegando forte demais na bola e desperdiçando grande chance. O volante elogiou o arqueiro da seleção uruguaia, mas mostrou confiança em mudar o roteiro no jogo decisivo e citou como exemplo que o mais difícil, que é criar chances de gol, o Botafogo já vem conseguindo fazer.
- É um grande goleiro, eu tive uma chance ali e foi mérito dele também, saiu muito bem. Acho que tirei um pouquinho demais. É trabalhar, como o Ricardo falou, ter calma para quando chegar cara a cara ter a tranquilidade de poder tirar do goleiro. A gente está conseguindo o mais difícil, que é colocar o companheiro em situação de fazer o gol. Não tem nada decidido, tem mais 90 minutos ainda. A gente vai trabalhar para aprimorar essas chances. Na outra semana vamos ter mais oportunidades e vamos fazer.
O Botafogo volta a enfrentar o Vasco no próximo domingo, às 16h (de Brasília) no Maracanã. Como perdeu o primeiro duelo, o Alvinegro terá que marcar gols: se vencer por um de diferença, levará a decisão para os pênaltis; para ser campeão direto, precisará de dois ou mais de saldo.