Futebol

O simples nó tático que Dorival levou de Márcio Araújo

O esquema de Dorival Júnior de marcar o time adversário apenas a partir do meio-campo não deu certo contra o Figueirense. Acostumado a não marcar a saída de bola dos adversários e esperar para dar o primeiro combate apenas a partir da linha que divide o gramado, Dorival encontrou no Figueirense um time capaz de anular seu sistema defensivo.

Sempre recuado, independentemente do número de atacantes, o Vasco só apertava a marcação quando a bola já estava na posse de Fernandes, o meio-campista habilidoso do Figueirense, que ditou o ritmo do jogo com liberdade. Se marcar um time de toques rápidos já é difícil, o trabalho fica ainda mais complicado ao esperar a bola chegar no camisa 10 adversário para começar a marcar.

Do outro lado, o Figueirense de Márcio Araújo optou por marcar a saída de bola de Vilson e Gian a esperar que esta bola chegasse ao habilidoso meia Carlos Alberto. Com esta opção, Márcio Araújo deu um simples nó tático em Dorival Júnior dentro de São Januário. Enquanto Márcio Araújo optou por marcar Vilson e Gian, Dorival preferiu marcar Fernandes e assim o jogo se consolidou totalmente favorável ao Figueirense, enquanto Carlos Alberto assistia a bola passar por cima de sua cabeça após os chutões desesperados de uma zaga acuada.

No intervalo do jogo, Márcio Araújo explicou como havia anulado o Vasco na primeira etapa.

- \"Estamos fazendo uma partida perfeita. Adiantamos a marcação, não deixamos o Vasco sair com a bola e estamos jogando com toques rápidos. Temos que manter este ritmo no segundo tempo\", vibrou o treinador do Figueirense.

Do outro lado, Dorival queixava-se do Vasco.

- \"Só um time jogou no primeiro tempo. Nossa única opção é jogar\", disse o comandante vascaíno.

Mas a tentativa de pressionar o Figueirense em sua saída de bola pouco surtiu efeito. Sem o hábito de jogar desta maneira, alguns jogadores do Vasco tentavam marcar, enquanto outros recuavam para trás da linha do meio-campo para esperar o adversário, criando um descompasso que permitia que em dois ou três toques rápidos o Figueirense se livrasse da marcação de alguns atacantes vascaínos.

Numa série B em que muitos clubes contratam um camisa 10 habilidoso e um bando de zagueiros que não sabe nem dominar uma bola, optar por esperar a bola chegar no jogador mais habilidoso do adversário para tentar marcar não parece ser a melhor opção.

Após quatro partidas jogando mal, o Vasco periga terem descoberto o antídodo para segurar o líder da competição. Seja com dois, três ou quatro atacantes, o Vasco ainda insiste em nunca marcar a saída de bola do adversário.

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