A 37ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro recebeu um novo capítulo da sempre tumultuada vida política do Vasco. Réu no processo que acusa diversas irregularidades no processo eleitoral de 2011, que reelegeu a gestão Dinamite, o presidente da Assembleia Geral do Vasco, Olavo Monteiro de Carvalho, rejeitou acordo proposto pelo autor da ação José Henrique Coelho. Candidato da chapa "Seremos Campeões" em 2011, Coelho propôs a anulação do último pleito e uma nova eleição para 21 de fevereiro de 2014. Olavo, que ainda é presidente da Assembleia, não admite irregularidades no pleito que presidiu e o reelegeu também ao cargo em 2011. No entanto, o empresário admite que a antecipação da eleição está sendo discutida com o presidente Roberto Dinamite. Ele disse que a data da eleição será definida na primeira quinzena de janeiro.
- Vamos ver o que é melhor para o Vasco - disse Olavo, ao GloboEsporte.com, na saída do TJRJ.
Questionado se seria possível a antecipação da eleição, diante do pedido de vascaínos que compareceram ao tribunal e levaram cartazes por novo pleito imediatamente, Olavo não descartou a hipótese:
- Existe sim a chance (de antecipar as eleições).
Na audiência de conciliação, instrução e julgamento, o juiz Sandro Lúcio Barbosa Pitassi decidiu por 10 dias para as alegações finais das partes, sem permitir que as testemunhas presentes ao tribunal entrassem na sala e concedessem depoimentos no judiciário. O presidente Roberto Dinamite, réu no processo também - foi reeleito em 2011 no pleito - não compareceu à audiência, nem foi representado por advogado. O advogado Marcello Macedo, que trabalha para o Vasco, defendeu Olavo Monteiro de Carvalho e disse que o presidente do clube não aceita acordo porque não julga que houve irregularidades.
- Ele não deve ser candidato à reeleição, mas quer cumprir seu mandato - disse Macedo.
Existe, porém, uma articulação que ganha corpo em São Januário a cada dia para Dinamite encurtar seu mandato e forçar novas eleições antes do meio do ano. O objetivo é impedir que os mais de três mil eleitores que entraram em março e abril - em sua maioria do ex-presidente Eurico Miranda, mas também de Roberto Monteiro - tenham direito a voto na sucessão presidencial do Vasco em 2014. Olavo pode convocar reunião no Conselho Deliberativo com a proposição de novas datas de todo o processo eleitoral.
Autor da ação, José Henrique Coelho, ex-aliado de Dinamite e um dos fundadores do finado Movimento Unido Vascaíno (MUV), lembra que o presidente da Assembleia Geral protestou pelo mesmo motivo no pleito de 2006, quando José Pinto Cabral era presidente da Assembleia Geral do clube, conduziu o pleito e foi reeleito no cargo.
- Tentamos acordo para anular as eleições, regularizar esse processo eleitoral e permitir votos somente de quem entrou para o quadro social até 16 de dezembro de 2012, mas, infelizmente, não foi possível - lamentou Coelho.