Futebol

Opinão: "Sem varrer erros para debaixo do tapete, Vasco não deve jogar fora

Joel Santana precisou de apenas 28 dias para se tornar o craque da Taça Guanabara. Sim, ninguém foi melhor do que o Rei da Prancheta. Nem Loco Abreu, nem Dodô, nem Fred, nem Adriano ou Vágner Love. O competente gente-boa foi conciliador, artista, psicólogo, mágico, restaurador, treinador e operário, ao voltar ao Botafogo no dia 26 de janeiro, dois dias depois da goleada de 6 a 0 sofrida para o Vasco. Apresentou-se, disse que resolveria e foi para o campo. 28 dias e quatro semanas depois, a terra arrasada daquele domingo traumático no Engenhão se transformou numa catarse alvinegra no Maracanã, com o time campeão da Taça Guanabara, ao derrotar o mesmo Vasco por 2 a 0, gols de Fábio Ferreira e do já ídolo Loco Abreu. Do caos ao paraíso, o Botafogo se transformou em menos de um mês. Joel chegou, viu e venceu. De novo.

Em cinco anos, o Botafogo chegou a quatro finais de Taça Guanabara (2006, 2008, 2009 e 2010). Ganhou três – só perdeu em 2008. No mesmo período, chegou a todas finais de Estadual, recorde na história do clube. Ganhou em 2006, perdeu duas para o Flamengo nos pênaltis, outra (2008) com a bola rolando e agora vai se preparar para a próxima – ou não, desde que conquiste também a Taça Rio. Não há como negar que o Botafogo tem evoluído e avançado nos últimos anos. Claro: há dificuldades financeiras. Mas as coisas estão acontecendo. E os números citados acima são fortes. “Ah, o time perdeu três finais seguidas para o Flamengo…” Sim, é verdade. Mas chegou em todas. Ao mesmo tempo, é bom deixar os pés no chão e constatar que ainda falta muito para disputar o Campeonato Brasileiro no pelotão de cima. O elenco é, no máximo, mediano (como é o do Vasco). No Estadual, está claro que dá para ser muito mais feliz.

Uma final equilibrada com o Vasco. Mas o Botafogo foi mais equilibrado, mais concentrado no jogo, mais tranquilo e, principalmente, mais pragmático. Se o jogo aéreo tem dado certo, nada melhor do que repeti-lo. Mas daqui para frente Joel terá que arrumar outra mágica. O recurso ficará manjado e mais bem marcado pelos adversários.

Jogadores importantes para os vascaínos, como Dodô, fracassaram na decisão. Carlos Alberto lutou muito, mas jogou no sacrifício. Phillippe Coutinho correu atrás, tentou, mas teve dificuldades para se impor. Nilton perdeu a cabeça. Os laterais não funcionaram. Até Fernando Prass vacilou ao ficar no meio do caminho no primeiro gol alvinegro, marcado de cabeça por Fábio Ferreira. E a zaga, formada por Titi e Fernando, mostrou de novo que não é a ideal para o Vasco.

Assim mesmo, em boa parte do clássico houve o equilíbrio. A diferença mesmo ficou em Joel Santana e na sua competente estrela, e na força de um time que, como aconteceu contra o Flamengo, soube superar suas limitações e inseguranças com garra, vontade e principalmente respeito à história do clube.

Claro que Herrera não é um craque. Mas é contagiante ver sua garra. Loco Abreu não é craque, longe disso, mas parece feliz e com sintonia perfeita com os torcedores. Os dois atacantes são exemplos perfeitos de um elenco que soube encontrar a motivação necessária após a chegada de Joel Santana.

E, ao mesmo tempo, é bom que os vascaínos não joguem pela janela o bom trabalho feito na Taça GB. É ruim perder, claro que é. Mas uma derrota também serve para escancarar falhas, mas sem que seja necessário varrer os acertos para debaixo do tapete. É hora de Vagner Mancini seguir Joel Santana e recuperar o time para a Copa do Brasil e da Taça Rio.

O título é do Botafogo. Simples, guerreiro, concentrado e sereno na luta pelos seus objetivos. Primeiro, ganhou do Flamengo. Depois, do Vasco. Quando ninguém acreditava mais, o time resolveu entrar na festa e tomou conta do bolo. O parabéns é para a Estrela Solitária. E, nessa festa, ninguém merece mais o primeiro pedaço do que ele: Joel Santana.

Fonte: Blog de Lédio Carmona
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