Futebol

Opinião: "A Colina está feliz"

\"\"18 mil pessoas na Colina Histórica. Caldeirão transbordando. E a noite foi mesmo do Vasco. Dramática, como quase todas da quartas-de-final da Copa do Brasil (só mesmo o Coritiba cortou o sofimento pela raiz nessa fase da competição). E, com o placar eletrônico de São Januário piscando o 1 a 1 como resultado final, foi feita a comemoração. Semifinais inéditas e um campeão ainda mais exclusivo pelo caminho. Vasco x Avaí, Ceará x Coritiba. Todos times de Série A. Todos times que a arrogância nacional preferem dizer que chegaram nesse ponto com sorte. Todos times que dentro de suas possibilidades, recursos e necessidades, conseguiram se reconstruir e reativar o sonho entre os seus torcedores. Todos times que tem, sim, história. Os quatro remanescentes da CB apenas reforçam o quanto será bom e equilibrado o Brasileirão que vem por aí. Há quem não concorde e diga que será emocionante e nivelado por baixo. Pois só a certeza da emoção já quebra as lanças venenosas do mau humor alheio de cada dia.

Voltemos a São Januário, assunto básico do post. Bom jogo, muito bom. Para o Vasco, melhor no primeiro tempo. Ricardo Gomes teve o mérito de pôr seu time no ataque. Ignorou saudavelmente que poderia empatar de 0 a 0 ou 1 a 1 para se classificar. Foi para frente. A Colina pulsava por gols e festa. O sentimento de cumplicidade entre campo, cadeiras e arquibancadas estava exposto. E o time arriscou. Teve problemas com a marcação do Furacão. Falta demais. E a bola não entrou. Tensão. Fim do primeiro tempo. Nada feito.

No segundo tempo, o drama se instalou. O Atlético Paranaense, clube grande, com torcida forte e história de peso, vai ganhar ainda mais padrão com Adílson Batista. E equilibrou as ações. Também foi para o ataque. E, assim, senão tirou do Vasco o desejo de abrir o placar, obrigou Ricardo Gomes a prender mais os volantes, segurar os laterais e não ter tanta gente chegando na frente. Ficou igual. E se tornou apavorante para os vascaínos quando Madson, vaiadíssimo, fez passe perfeito para o argentino Nieto fazer 1 a 0, aos 28min.

\"\"Instalou-se o medo na Colina. Perder a classificação em São Januário seria desastroso. Pesadelos antigos sobrevoavam pensamentos dos vascaínos. Mas o time ainda parecia inteiro. 35 min. Falta para o Vasco. Fagner, que precisa voltar a ser titular, levanta na área. A bola sobe e parece em câmera lenta. Para a agonia geral, dá a impressão que não descerá. Mas cai. Na cabeça de Elton, que dez minutos antes entrara na vaga de Diego Souza. E Elton cabeceia com maestria. Ângulo esquerdo. 1 a 1. O caldeirão transbordava. No calor do estádio ou no sofá da casa, amigos, pais e filhos se abraçam. É o tal sentimento.

10 minutos até o fim. Drama. O Atlético, gigante, não se entregava. Dedé salva sobre a linha. Paulo Baier e Branquinho, ótimos e incansáveis, mostravam que o Furacão tem futuro no Brasileiro. Os minutos passam. A agonia aumenta. Felipe segura a bola. Eder Luis prende na frente. O juiz apita. O jogo acaba. O Vasco empate a vence a guerra de 180 minutos contra o Furacão. A Colina está feliz. E repleta de esperança. Tempos de paz. A senha para o Vasco e para qualquer outro clube é a mesma. O futebol traz depressões, mas o dia seguinte sempre pode ser melhor. Parece auto-ajuda, mas é a vida.

Fonte: Blog de Lédio Carmona
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