Opinião: Apesar da vitória, Vasco sofreu pressão do adversário

Tá certo que em um campeonato de pontos corridos é mais importante pontuar que jogar bem, mas na vitória de ontem sobre o Volta Redonda o Vasco levou essa máxima quase às suas últimas consequências. Nos mais de 90 minutos de partida, muito pouco do que fizemos pode ser aproveitado, e se não fossem os três pontos conquistados, essa poderia ter sido a nossa pior apresentação em todo o Estadual.

Diferente do esperado, Adilson não poupou todos os titulares. Dos que tinham condições de jogo, apenas Marlon e Montoya ficaram de fora – lembrando que Aranda estava suspenso – e mesmo assim o time demorou uns 15, 20 minutos para engrenar. Tanto que chegamos a sofrer um gol antes de acordar para o jogo: aos 9 minutos uma indecisão da defesa deixou um atacante do Voltaço livre para fazer Martín Silva buscar, pela primeira vez, uma bola no fundo das nossas redes.

A desvantagem no placar obrigou o Vasco a se aplicar um pouco mais e passamos a dominar a partida, mais na correria do que na qualidade. Com o time muito disperso, sem ter com alguém para cuidar da saída de bola, a torcida viu diversas vezes os defensores vascaínos serem obrigados a fazer ligações diretas para o ataque. Os erros de passe eram muitos, facilitando muito o trabalho da defesa adversária.

Mas bastava o Vasco caprichar um pouquinho para colocar o Volta Redonda, perdoando o trocadilho, na roda. Assim foi no primeiro gol, que se iniciou com boa tabela entre Bernardo e Fellipe Bastos e terminou no gol de Thalles, após receber do próprio Bernardo. Dez minutos depois, Thalles retribuiu o favor e aproveitando uma falha do marcador fez bom passe de para Bernardo, que invadindo a área marcou o segundo chutando de primeira.

O segundo tempo foi bem parecido com o primeiro: muitos erros de passe e o Vasco demorando a vir para o jogo, o que aconteceu só por volta dos 15 minutos da etapa final. Mas dessa vez, apesar de algumas chances criadas, não ampliamos o placar. E não só isso, nos 15 minutos finais nos acomodamos de vez com o resultado e chegamos inclusive a ser pressionados. Adilson fez mexidas eminentemente defensivas, passamos a marcar após o meio de campo e os donos da casa começaram a gostar do jogo, chegando a dar muito trabalho ao nosso goleiro. Que, aliás, tem grande parcela de mérito se conseguimos sair do Raulino de Oliveira com uma vitória.

Relativizando as coisas, podemos dizer que nenhum time anda jogando essa bola toda, que pelo menos mostramos algum poder de reação e que os três pontos salvaram a atuação ruim. Mas a vitória não precisava ser tão no perrengue. Normal o time sentir o cansaço e oscilar ao longo do campeonato, mas sofrer pressão do atualmente 12º colocado foi preocupante. Diante de adversários mais complicados, jogar na conta do chá como ontem não será o bastante.