O fato mais relevante da estreia surpreendente do Vasco na fase dois da Libertadores na noite desta quarta-feira não foi a goleada na casa do adversário.
Claro: ainda que o adversário esteja desentrosado e em fase de acertos, como está o Universidad Concepcion, fazer quatros fora não é uma tarefa simples.
E independentemente das falhas do veterano goleiro Muñoz.
Até porque, não esqueçamos, o time de Zé Ricardo também está em fase de reconstrução.
E há um dado relevante na construção do placar: o time de Zé Ricardo finalizou 13 vezes e cruzou apenas quatro bolas na área adversária.
E isso é significativo, porque demonstra a ideia clara de tentar jogar em triangulações, valorizando a posse de bola e buscando transição de forma alternada.
O Vasco aproveitou o razoável estado do gramado do estádio municipal e fez marcação no campo do adversário.
Fez um gol aos três minutos, valorizou a posse de bola e chegou ao segundo aos 15 minutos _ ambos em finalizações de Evander.
A partir de então recuou a marcação, deu campo ao adversário e passou a jogar nas bolas longas.
Os chilenos tiveram dificuldades de entrar no jogo e quando acertaram o passo encontraram o bloqueio defensivo.
Bem agrupados, Erazo, Ricardo Graça, Desábato e Wellington fecharam os espaços pelo meio e por ali foi difícil chegar ao gol de Martin Silva.
Principalmente enquanto Evander, Vágner e Andrés Rios tiveram fôlego para ajudar no bloqueio e buscar o ataque.
O jovem treinador Francisco Bonzán tentou então levar perigo pelas laterais do campo, aproveitando avanços de Pikachu e Henrique, e teve boas chances.
O posicionamento da marcação nas bolas cruzadas ainda é falho e o gol do Universidad Concepción esteve por sair.
O lado positivo é que tanto com Evander como com Thiago Galhardo o Vasco mostrou-se mais veloz e eficiente nas saídas em contra-ataque.
O que não acontecia quando o jogo era centrado no talento de Nenê.
Tanto, que chegou a mais dois gols, com Pikachu e Rildo, em esticadas rápidas.
Depois de tantos problemas internos e da supervalorização de suas mazelas eleitorais, o Vasco começa a respirar.
Obra quase milagrosa de Zé Ricardo e seus apóstolos...