Por Tanguy Baghdadi
Após algum tempo afastado deste blog, por uma batelada de compromissos profissionais, volto com um comentário sobre o clássico de ontem no Maracanã.
Ao sair do Maracanã ontem, tive uma estranha sensação, jamais experimentada antes. Minhas emoções estavam controladas, no seu lugar, e poucas vezes antes consegui fazer uma análise bem equilibrada de um clássico no qual o Vasco sai perdedor. Acho que tive essa sensação por não ter aquele sentimento de o que foi que deu errado hoje. Ontem, eu sabia EXATAMENTE o que dera errado. Duas vezes.
Pra começar, o Vasco foi melhor em campo. Tirando os minutos que sucederam o gol do Flamengo, o Vasco teve amplo domínio do jogo, e poderia ter aberto o marcador em qualquer momento da partida. Me arrisco a dizer que só não foi o melhor jogo do Vasco no ano porque não vencemos, mas consegui enxergar, FINALMENTE, alguma organização e vontade de vencer no time.
A ausência do Carlos Alberto obrigou o Mancini a organizar o time de uma forma que prova, de uma vez por todas, que o Coutinho não pode jogar como atacante, enfiado no meio dos zagueiros. Daqui a 3 ou 4 anos, ele poderá ser o melhor do mundo jogando nessa posição, sei lá. Mas hoje ele não tem corpo pra fazer esse tipo de jogo. Já que o Carlos Alberto estava vetado, o garoto jogou na posição que seria ocupada por ele, no meio, como um camisa 10, levando o time a frente, olhando o jogo, driblando, armando o jogo. E que partida! Foi de arrancar suspiros. O Williams ainda não descobriu nem o número da camisa dele ainda.
Titi e Fernando Prass foram monstruosos. Paulinho surpreendeu. Rafael Coelho e Rafael Carioca mostraram que dá pra contar com eles.
O Dodô, por incrível que pareça, começou fazendo um partidaço. Se movimentou, tabelou, chutou a gol, como havia feito poucas vezes no ano. Mas aí vêm os erros. Perder dois penaltis é grave se o adversário for o Madureira. É muito grave se o adversário for o Palmeiras. É gravíssimo se o adversário for o Fluminense ou o Botafogo. Mas é INACEITÁVEL se for contra o Flamengo. Não há qualquer forma de justificar a dois erros seguidos como esses, que jogam por terra uma boa partida da equipe, e que contrariam as vontades de toda a torcida vascaína presente atrás do gol. Espero que ninguém passe a mão na cabeça dele. Experiente como é, ele tem que saber que a pressão vai existir, jogar num clube como o Vasco é assim. Há responsabilidade que tem que ser assumidas. As mãos que aplaudem os gols pertencem às mesmas pessoas que vaiam erros inaceitáveis. Depois de um jogo como esse, sequer consigo culpar o árbitro, que marcou um penalti inexistente para o Flamengo. Ele colocou a bola duas vezes na cal, e o Dodô disperdiçou.
Não admito.
Por fim, vejo uma possível solução para a falta de criatividade no nosso meio de campo. A entrada do Jefferson me animou, apesar do pouco tempo em campo e da absoluta falta de ritmo. Ele teve uma atuação consistente - longe de ser brilhante - e acho que pode brigar por uma vaga no meio. Dá pra acabar com esse esquema de 3 volantes no qual o Mancini insiste - por teimosia e por falta de opções - e jogar com Coutinho e Jefferson armando o jogo. O Carlos Alberto pode atuar no ataque, onde ele costuma dar trabalho pra defesa. O esquema com 3 volantes deu certo até os 6×0, mas desmoronou depois que todo mundo manjou que o negócio era marcar os nossos volantes. E o Jefferson me dá esperanças de jogar o time um pouco mais pra frente. Ainda falta provar que pode ganhar ritmo e uma posição como titular e, principalmente, se livrar das contusões.
Último comentário: nunca tomei tanta chuva em toda a minha vida.
Agradecemos à nossa colaboradora Lyana Gonçalves, do site AmoVasco pelo envio da matéria.
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