E que falta faz Felipe ao time do Vasco. No jogo de ontem, contra o ABC, a equipe teve em seu meio de campo dois jogadores que, com velocidade, carregavam bem a bola. Mas não é só de velocidade que se faz o Trem-Bala. Faltou quem segurasse a bola, pensasse, e distribuísse com qualidade. Enfim, faltou um 10.
Com Diego Souza e Bernardo, o meio de campo teve uma velocidade maior. Em alguns momentos, um ou outro caía pelas pontas, abrindo buracos na defesa, que não foram bem explorados por Eder Luis. Mas, quando a situação apertava, o time não conseguia sair jogando.
Rômulo, bem na marcação, foi um bom ladrão de bolas, mas, principalmente no primeiro tempo, não tinha com quem jogar. E os erros de passes começaram a atrapalhar, assim como no clássico contra o Fluminense. Tirando alguns chutes de fora da área, o time praticamente não assustou na primeira etapa.
No segundo tempo, nada de muito diferente. O time não conseguia manter a posse de bola. Quando Alecsandro recebia um passe, o que não era muito constante, conseguia fazer bem o pivô, mas, quem vinha de trás não conseguia dar continuidade, a não ser em algumas arrancadas.
Com muita gente do ABC no meio de campo, as laterais até foram mais acionadas no segundo tempo, mas, o que outrora foi uma boa arma, não teve muito efeito. Allan, quando chegava ao fundo, não acertava o cruzamento. E Márcio Careca foi bem apenas defensivamente.
Sem muitas alternativas de jogadas, os volantes passaram a tentar sair para o jogo, o que quase foi fatal para o Vasco. Fernando Prass precisou fazer uma defesa difícil, de cara com o atacante do ABC, após contra-ataque. Ricardo Gomes ainda promoveu a entrada de Enrico, mas nada mudou. O que sobrou de velocidade, faltou de criatividade.
(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)