Sérgio Cabral
A tradição do Campeonato Brasileiro o campeão disparado na tabela a muitas rodadas do fim valeu dessa vez apenas para a Série B, com o Corinthians apresentando 16 pontos na frente do segundo colocado, o Avaí, que, por sua vez, garantiu a sua classificação para a Série A com uma antecipação de várias rodadas.
Dessa vez, a coisa foi diferente na Série A.Faltando três rodadas para terminar a competição, o São Paulo lidera com uma vantagem de apenas dois pontos sobre o segundo colocado, o Grêmio, e a cinco de distância do Flamengo.
Por tanto, chegamos a um momento do Brasileirão em que os jogos nunca foram tão decisivos, tanto para os clubes que disputam o título quanto para os que fogem do rebaixamento para a Série B.
É claro que meu coração vascaíno confere a Vasco x São Paulo a condição de mais importante jogo da rodada, até porque se trata de duas decisões, uma delas de imenso sofrimento pessoal, pois praticamente determinará se o Vasco fica ou desce. E o pior é que o adversário é exatamente o time responsável, já faz algum tempo, pelas melhores atuações de uma equipe no Brasileirão. É um jogo tão importante que os jogadores do maior adversário carioca do Vasco estarão disputando uma partida importantíssima, no Mineirão, contra o Cruzeiro, com os ouvidos ligados nas informações de São Januário transmitidas pelo altofalante do estádio.
Em síntese, a imensa torcida do Flamengo, hoje, é vascaína desde pequenininha.
Reconheço a imensa superioridade do São Paulo sobre o Vasco. Passei a semana imaginando o confronto da defesa vascaína (que defesa, Deus do céu!) com Dagoberto, Borges e aquele incrível meio-do-campo formado por jogadores que também atacam e fazem gols, além de defenderem muito bem.
Quando penso em tudo isso, me lembro daquele comissário de bordo do avião em pane, que, sem saber o que dizer, pegou o microfone e pediu: Atenção, senhores passageiros! Todos comigo! Ave Maria, cheia de graça... Quem sabe um milagre?