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Opinião: Germán Cano é visto com outros olhos na equipe vascaína

Autor do segundo gol do Vasco na vitória por 3 a 1 sobre o Flamengo, na última quinta-feira, pelo Carioca, Germán Cano balançou a rede pela primeira vez no Clássico dos Milhões. Principal jogador do elenco vascaíno desde a sua chegada, na última temporada, o centroavante tem encontrado um cenário diferente de trabalho em 2021: com prioridade na parte física e um time mais equilibrado, que não sente tanto a sua ausência, tem sido utilizado de forma mais "saudável".

Com Ramon Menezes, Ricardo Sá Pinto ou Vanderlei Luxemburgo, técnicos que comandaram o cruz-maltino na temporada passada, uma coisa era certa: a presença de Cano em campo, caso não estivesse lesionado. O jogador atuou em 51 dos 61 jogos do Vasco.

A aposta total no centroavante tem muitas justificativas: o elenco pequeno e menos qualificado, a falta de reservas à altura do jogador, a ausência de reforços no setor e, principalmente, os resultados em campo. O argentino marcou 24 dos 53 gols da equipe naquela temporada e esteve em campo em todas as dez vitórias do clube no Brasileiro. Estava instalada a dependência.

Os esforços do argentino acabaram por não atingir o resultado esperado, e o cruz-maltino foi rebaixado à Série B. Sem cogitar sair, o atacante viu o cenário mudar completamente com a chegada do técnico Marcelo Cabo e a reformulação do elenco para a temporada 2021.

Com 33 anos completados em fevereiro, Cano precisa ter sua forma física acompanhada de perto pela comissão técnica. E o Vasco de Cabo proporcionou uma maior segurança para que isso acontecesse. Hoje, a equipe pode se "dar ao luxo" de poupar o centroavante. Dos 11 jogos disputados nessa temporada, o artilheiro só esteve em campo em cinco.

Nos momentos mais simbólicos dessa "nova política", a comissão técnica o poupou do clássico contra o Botafogo e de partidas contra Macaé e Bangu, todas pelo Estadual, para cuidar de seu físico. Nesse período, entre 21 de março e 7 de abril, Cano só atuou no clássico contra o Fluminense e na partida contra o Tombense, pela segunda fase da Copa do Brasil — competição de grande importância para o clube.

Nem todos os problemas que levaram à dependência excessiva do atacante foram solucionados, mas boa parte deles foi contornada. Com Cabo, o Vasco é uma equipe que chega de forma mais consciente ao ataque e consegue levar muito perigo pelas pontas, bem como atacar por dentro quando necessário, aumentando as possibilidades de chegar às redes. Fases artilheiras como a atual de Gabriel Pec contribuem muito para que a equipe consiga se solidificar mesmo na ausência do camisa 14.

Tiago Reis, substituto imediato na posição, marcou três vezes sobre o Bangu, mas ainda busca ganhar a confiança da torcida após várias atuações irregulares. Morato — autor do terceiro gol contra o rubro-negro na quinta-feira — e Léo Jabá, reforços recentes para o ataque, podem não fazer a mesma função de Cano, mas são adições valiosas para um setor que estava carente em 2020, assim como os jovens Laranjeira e Figueiredo.

Resultado direto ou indireto da preparação física dedicada, o gol do centroavante é uma recompensa a uma comissão técnica que busca extrair o melhor de um jogador de alto calibre como o argentino. Se antes, Cano era visto como um desesperado e único recurso vascaíno, agora parece ser encarado de forma mais condizente com seu futebol: uma poderosa arma ofensiva.

Fonte: Agência O Globo
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