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Opinião: "Jornalista mal informado da flapress desconhece a História de comb

Acompanhem esse E-Mail recebido pelo nosso FALE CONOSCO em resposta de um Vascaíno a uma equivocada matéria publicada essa semana em \"O Globo\" :

Mensagem encaminhada
De: Bruno Carvalho <............@..........>
Data: 26 de setembro de 2010 11:41
Assunto: Matéria sobre Mário Filho - Jornal O Globo 26.09.2010
Para: <..............@.................>

Prezado jornalista,

Como todos os dias, hoje acordei e fui ler o jornal, hábito que possuo desde minha infância e mantenho religiosamente, assim como acompanhar o meu time de coração: VASCO DA GAMA.

Devido ao insucesso de meu time ontem e pelas letras garrafais de MARIO FILHO na última página, preferi iniciar minha viagem pelo caderno de esportes de trás para frente, afinal, ler sobre Mário Filho e Nelson Rodrigues sempre será um atrativo para quem ama o futebol.

Portanto, iniciei a leitura de seu texto, onde você descreve sobre o autor do documentário \"Mário Filho, o criador das multidões\", Oscar Maron Filho. Tudo se encaminhava bastante prazeiroso, já me instigando a ver onde o documentário seria exibido quando toda êxtase caiu por terra diante da seguinte passagem:

\"Nessa época, Maron era um menino que gostava do Flamengo e de ler Mandrake, Fantasma e Tarzã até receber o primeiro livro da professora. Encorajado por Robinson Crusoé, comprou \"Histórias do Flamengo\", de Mário, e passou a viver num lugar em que as lendas e os fatos reais contavam uma só história. Sua mesa de botão se chamava Maron Filho e seu mito original foi o goleiro Jaguaré. Estivador, barrado na porta de São Januário por ser negro, rodava a bola na ponta do dedo, fazia tabela com a bola na cabeça dos adversários e, por isso, era tratado como um mico de circo. Foi jogar na Europa, morreu indigente mas tem vida eterna na obra de Mário...\"

Caro jornalista, escrever o paragrafo acima é um atentado a verdadeira história do futebol carioca e brasileiro. Além disso, tentar distorcer o passado é simplesmente negar toda a origem do futebol em nosso país. Queiram ou não, foi sim o C.R. VASCO DA GAMA responsável pelo fim da segregação no futebol e Jaguaré era mais um exemplo desta sina cruzmaltina. Ele NUNCA FOI BARRADO NA PORTA DE SÃO JANUÁRIO. Pelo contrário, foi o maior goleiro do clube até a época de Barbosa, goleiro da seleção do Brasil e primeiro goleiro brasileiro a jogar na europa. Portanto, conheça um pouco mais do que foi JAGUARÉ para o Vasco e para o futebol brasileiro:

JAGUARÉ

* Nome: Jaguaré Bezerra de Vasconcelos
* Nascimento: 14/7/1905, Rio de Janeiro
* Falecimento: 27/10/1940, Santo Anastácio-SP
* Período: 1928 a 1931 e 1933
* Posição: Goleiro

Antes de se tornar jogador profissional, Jaguaré era estivador no cais do porto. Dizem que cada vez que estufava o peito para segurar numa só mão sacos de cinquenta quilos de farinha de trigo, havia sempre uma enorme assistência para bater palmas. Jaguaré jogava peladas no bairro da Saúde, onde era conhecido por \"Dengoso\", quando foi \"descoberto\" pelo zagueiro Espanhol, que o levou para um teste em São Januário. Jaguaré entrou no clube de tamanco e camisa fora da calça e num tempo só acabou com o treino. O ataque titular não o venceu nem uma vez. Foi imediatamente inscrito na Liga, não sem antes o Vasco empregar um professor particular para lhe ensinar a assinar o próprio nome nas súmulas. A partir daí, teve uma carreira fulminante. No mesmo ano em que estreou no Vasco, 1928, tornou-se titular da Seleção Brasileira. No ano seguinte foi campeão carioca pelo Vasco. Jaguaré gostava de realizar jogadas inusitadas, como rodar a \"bichinha\" na ponta do indicador após cada defesa, que muitas vezes fazia com uma só mão, inclusive nos pênaltis, segundo a lenda. Também arrancava aplausos em São Januário cada vez que, depois de uma defesa, atirava de surpresa a bola contra a cabeça do atacante adversário e a pegava novamente.

Em 1931, depois de uma vitoriosa excursão do Vasco a Portugal e Espanha, foi contratado pelo Barcelona, juntamente com Fausto, e de lá para o Olympique de Marselha, onde foi campeão nacional e deixou um rastro luminoso de fama, com o apelido de \"Le Jaguar\". Consagrou-se ao tomar apenas um gol durante a temporada, e supreendeu todo o estádio no último jogo, saindo da sua área para converter um gol de pênalti, para se vingar. Numa de suas vindas da Europa ao Brasil, Jaguaré voltou a São Januário e treinou usando luvas, o que foi uma novidade muito comentada. Por isso alguns dizem que ele introduziu o uso de luvas para goleiros no Brasil.

Jaguaré gastou todo o dinheiro que ganhou na Europa. Acossado pelo perigo da Segunda Guerra, retornou ao Brasil em definitivo e, em decadência, encerrou tristemente a carreira no São Cristóvão. Morreu praticamente na miséria no interior de São Paulo.

Diante disso, meu caro, a responsabilidade de um profissional do jornalismo é, em primeiro lugar, informar corretamente seus leitores. Distorcer fatos por conta de meras paixões clubísticas não cabe diante do poder que você tem em mãos. Uma pena que você tenha perdido uma grande oportunidade de fazer com que os leitores de O Globo conhecessem um pouco mais do nosso Jaguaré e de toda a verdadeira história sobre o racismo que o VASCO foi capaz de bancar no início do século XX.

Até reconheço que exista uma certa \"inveja branca\" de outros torcedores. Não deve ser fácil jogar de favor em estádios alheios nestes tempos de Maracanã fechado. E quem ousaria pensar no início do século passado, que o único clube que hoje possui estádio próprio na cidade, capaz de realizar um jogo de campeonato, era o mesmo que os impolutos e racistas co-irmãos da zona sul afastaria da liga por não ter estádio e por NUNCA ter fechado a porta para negros, pobres, operários e analfabetos.

Essa é a história do futebol brasileiro, parafraseando Nelson Rodrigues: como ela é!

Bruno Leandro Pires de Carvalho

Sócio Proprietário do Club de Regatas Vasco da Gama

Fonte: ESPN Int/ SUPERVASCO.COM - Respeite os créditos
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