O Flamengo teve vontade, serenidade, melhor padrão tático e alguma técnica. O Vasco teve garra, empenho, falhas individuais graves e excesso de nervosismo. Não é preciso ser babalorixá para descobrir quem venceu o clássico e hoje à noite, no Maracanã, com 37 mil pagantes: Flamengo 2 a 1, com gols de Toró, de fora da área, Andrade, de falta, e Ibson, de pênalti, todos no primeiro tempo. No segundo tempo, apesar de uma desnorteada pressão vascaína, os rubro-negros ainda foram melhores. E agora, com 46 pontos, estão em sétimo lugar, a cinco do Grêmio, quarto colocado, e adversário de domingo, no Maracanã. Ao Vasco, oitavo, com 43 pontos, resta terminar o ano bem, de cabeça erguida. Duvido que esteja ameaçado de rebaixamento, mas fica a sensação de mais um ano em branco para o clube e seus torcedores.
Chama a atenção a diferença de equilíbrio psicológico entre os dois times. Apesar da expulsão exagerada de Collace, aos 15 minutos do primeiro tempo, o Flamengo nunca perdeu a cabeça. Já o Vasco teve Marcelinho pedindo para ser expulso. E foi. Aí, no 10 contra 10 ficou ainda mais claro a maior serenidade do rubro-negra. Mais organizado, o Flamengo controlou bem a partida e, como já escrevi, a pressão vascaína, marcada por excesso de passes errados, correria, tensão e desespero. A registrar que os dois gols do Flamengo foram dados pelos jogadores do Vasco. O primeiro, por Perdigão, que perdeu uma bola boba para Toró. O segundo, equívoco grotesco de Rubens Júnior, que foi obrigado a fazer pênalti em Leonardo Moura.
O Flamengo mereceu. Jogou mais. Quis mais. E, parece, se preparou mais. Romário ficou no banco. Não entrou. Quer saber? Celso Roth errou. Do jeito que o time errava na frente, Romário, sentado, faria mais. Não tenham dúvida.