Futebol

OPINIÃO: O mestre e o aluno

O clássico entre Fluminense e Vasco, se é que ainda podemos chamá-lo assim, tem uma curiosa peculiaridade: chegados à quarta rodada num total de seis do segundo e último turno do Campeonato do Rio, os dois nada fizeram de positivo na competição. Pelo menos jogando um contra o outro, logo mais à noite, pode ser que um deles faça alguma coisa. Até porque quem não fizer...

Quem não fizer fica em situação crítica, quase com um gesto de despedida.

Passando os olhos na escalação dos dois times, parece até que não são os dois times. Releiam, por favor. Pergunto: não parece a escalação dos antigos clubes pequenos que disputavam este mesmo campeonato na época em que ele era, talvez, o mais forte de todos os campeonatos estaduais do país? Com a escalação dos times que Vasco e Fluminense tiveram ao longo de sua gloriosa história - isso é que não parece. É a nova realidade do futebol do Rio depois da velha administração do doutor Caixa d\"Água, com a cumplicidade dos diversos presidentes de clubes que o acompanharam na longa jornada.

Com o técnico Paulo Campos, o Fluminense levou uma goleada do Friburguense e se reabilitou vencendo o América. O que mudou de um jogo para o outro? Contra o América, o time do Fluminense apelou para a pancadaria. Foi isso que mudou. Parou sistematicamente com falta as tentativas de jogada do adversário. Teve, por isso, um jogador expulso, o cabeça-de-área, quer dizer, o cabeça-de-bagre Ângelo, recém-contratado da Ponte Preta (isso mesmo, Ponte Preta), mas devia ter mais jogadores punidos.

Será que foi essa tática, a tática da repetição de faltas, que o Paulo Campos aprendeu com seu mestre, o professor Luxemburgo?

O professor até que sabe de coisas melhores. Parece que o aluno, não.

E a tática do Vasco? A tática do Vasco, seja qual for, já fica preliminarmente comprometida pela incompetência da defesa, que é de deixar os torcedores com os cabelos em pé.

O time do Vasco, como já escrevi, consegue piorar de ano para ano, e essa proeza não pode deixar de ser atribuída ao presidente do clube que lá está há muitos e muitos anos. Pelo menos nesses anos todos em que o time só fez piorar.

A ameaça agora é o veterano Edílson, no campo ou no banco, como um fantasma pairando sobre a cabeça do surpreendente e imprevisível Valdiram.

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