O Vasco precisava mesmo sacudir o seu departamento de futebol, frágil e ainda cheio de vícios.
E a lamentável saída de Zé Ricardo no último sábado serviu como senha.
O retorno de Jorginho, que só deixou São Januário em 2016 por decisão pessoal de Eurico Brandão, o filho do ex-presidente, ameniza o impacto da perda de um dos melhores treinadores do país na atualidade.
E a mudança no comando do futebol, com a saída de Paulo Pelaipe e de Newton Drumond, reabre a possibilidade de remontagem de uma pasta preenchidas às pressas, às vésperas da estreia na Libertadores.
ZÉ RICARDO já trabalhou em 79 jogos do Brasileiro, 25 pelo Vasco e 54 pelo Flamengo.
Tem a média de 1,75 pontos/jogo, atrás apenas de Fábio Carille, que tem 1,89 em 44 jogos.
É, portanto, um treinador com uma ideia de jogo consolidada e que pôde ser analisada em duas grandes marcas com momentos bem distintos.
Um Flamengo rico, organizado e bem estruturado.
E um Vasco pobre, mal estruturado e às voltas com outra traumática transição política.
Da Gávea, ele saiu com a média de 1,74.
E de São Januário Zé Ricardo saí com a média de 1,67 _ marcas de clubes do G-4 de 2017.
JORGINHO volta a São Januário credenciado por desempenhos mais modestos em 119 partidas do Brasileiro da Série A.
Sua média de 1,21 pontos por jogo é baixa para as pretensões de um clube do tamanho do Vasco.
Mas o 1,47 obtido com aquele time que lutou desesperadamente contra o rebaixamento em 2015 é um bom indicador.
Para se ter uma ideia, se fosse a média do time na competição, o Vasco teria terminado o Brasileiro no G-10.
Mas a pífia campanha no turno, com apenas 13 pontos em 19 jogos, decretou o terceiro rebaixamento.
Jorginho, então, não é uma escolha ruim.
A VOLTA de Paulo César Gusmão, agora para assumir a função de coordenador da transição dos jogadores da base, pode ser vista também como um tiro certo.
Ex-goleiro do clube, com passagens nos cargos de treinador de goleiros e auxiliar-técnico, Gusmão tem o DNA do clube e fez ótimas descobertas para em 2010.
Para um monento de dificuldades financeiras, Campello opta por investir o parco orçamento em profissionais que já conhecem o clube.
E que podem ajudar na construção de um modelo competitivo.