Em janeiro deste ano, Fredy Guarín tomou a decisão. E aceitou a proposta do Vasco. Renovação de contrato até 2022, com um bom aumento salarial e bônus por metas atingidas. O colombiano recebia R$ 300 mil. Aceitou fechar por R$ 350 mil, aumento de R$ 50 mil. À primeira vista, Alexandre Campello acreditava ter feito um grande negócio.
Só que Guarín se apresentou com um pacote de problemas. A princípio, a sua cabeça nunca esteve 100% no Vasco. Andreína Fiallo, ex-esposa e mãe dos filhos do jogador, está travando uma batalha judicial para não perder a guarda de Danna e Daniel.
Além disso, Sara Uribe, terminou o relacionamento com o jogador e retornou para a Colômbia, com o seu filho mais novo, Jacobo. Ela, que é uma celebridade por lá, não se adaptou ao Brasil e mesmo que haja uma reconciliação, dificilmente retorna ao Rio de Janeiro.
Alexandre Campello, porém, cansou de esperar. E de fazer as vontades de Guarín. Afinal, o presidente não vê uma solução para o caso. O presidente sempre gostou do seu estilo, o respeita como jogador e como um dos líderes do grupo. Mas o trabalho de Ramon Menezes está sendo prejudicado porque não conseguiu prepara-lo para a disputa do Brasileirão.
Importantes dirigentes ligados a Alexandre Campello sempre demonstraram preocupação com a situação de Guarín. Internamente, já vinha sendo discutida a possibilidade de rescindir o contrato. Dirigentes ligados ao departamento de futebol cansaram de esperar. E não querem mais que o atleta siga em São Januário.
O presidente sabe que Fredy Guarín é um jogador querido pelo torcedor, que foi destaque do Vasco na última temporada. Só que não há mais argumentos para mantê-lo. O meia tem 33 anos. Não tem mercado na Europa. Rejeitou ofertas da Arábia Saudita, Emirados Árabes e Qatar. E fechou com o Vasco para ficar perto da família.
Ninguém vai assumir publicamente o real motivo. Mas o caminho de uma rescisão amigável está traçado. Guarín ainda tem mercado no Brasil. Tanto que Atlético-MG, Internacional, Palmeiras e Santos tentaram contratá-lo no começo da temporada. Mas o jogador já tem a situação financeira resolvida da vida.
Ele, no entanto, fez muito dinheiro atuando pelo Boca Juniors, Saint-Étienne, Porto, Internazionale e Shanghai Shenhua. E pode voltar a jogar em seu país. Guarín tem sondagens do Atletico Nacional, Independiente Santa Fe e do Millionarios. Mas não seria nenhuma surpresa se encerrar precocemente a carreira.
Ninguém tem mais paciência para esperar por ele. O jogador não estava mais focado no clube. Está com problemas pessoais. E é o certo a se fazer mesmo. Guarín não deixará a menor saudade. Seu ciclo em São Januário acabou. Para o bem dele. De Alexandre Campello. De Ramon Menezes. E principalmente do Vasco.
FALA, ALEXANDRE CAMPELLO! “Vamos partir para a rescisão. Posso te dizer que estamos negociando (a rescisão), Guarín não conseguiu resolver problemas pessoais dele”, disse o presidente ao site “GE.com”.
REFLEXÃO: Guarin nunca foi jogador plenamente do Vasco. Ele foi mais um turista que se encantou com o clube e se apaixonou pela torcida. Mas nunca teve a cabeça voltada 100% para São Januário. É um jogador diferenciado, mas está em declínio na carreira.
PRANCHETA: Com a iminente saída de Raul e Fredy Guarín, além do imbróglio com o Juninho, o Vasco conta com os seguintes jogadores para o meio de campo: Andrey, Marcos Junior, Fellipe Bastos, Bruno Gomes e Carlinhos (recém contratado).
PAPO RETO: Bruno Gomes está pronto. Joga como se fosse uma pelada na rua. Não sente o peso da camisa e domina a bola de cabeça erguida. É bonito vê-lo em campo de ver. Sem Guarin, ele precisa ser titular com Ramon Menezes. Não há outro jogador melhor no elenco.
REFORÇO? Com as saídas de Guarín e Raul, o Vasco terá um “espaço” na folha salarial. Robinho, ex-Cruzeiro, seria um bom nome para suprir a saída do colombiano. O que vocês acham?
MAPEAMENTO: Se estou no lugar do Alexandre Campello, José Luis Moreira e André Mazucco, proporia uma troca entre Vasco e Independiente Medellín envolvendo Fredy Guarín e Andrés Ricaurte. Um ficaria ficaria próximo da família e o Vasco com o maior garçom do Cano na carreira.