Torcida

Opinião: O Vasco e seu poder de auto-destruição

Noite memorável, com 2×0 no placar, bela atuação, time escalado conforme a torcida queria e a classificação nas mãos. Até que, em 60 segundos o Vasco consegue transformar um sonho num pesadelo.

O poder de auto-destruição do Vasco dentro da partida ficou claro e é muito preocupante. Sua torcida reagiu como a maioria faria, mas era pra durar 2 minutos, não os 25 restantes.

Do momento em que chama Felipe Bastos, a reação da torcida, o gol do Lanús e a lamentável atitude egoísta do Felipe não levou mais do que 60 segundos. E ali o Vasco jogou fora uma noite mágica que beirou a perfeição.

Porque Felipe Bastos? Porque era preciso correr mais? Tudo bem, que seja. Não concordo, mas que seja.

Ele corre, a torcida comete uma burrice involuntária e apaixonada e vaia. Mata o jogador, pressiona o time e quebra todo o clima. A vaia deveria passar rapido, mas sai o gol dos argentinos, o clima piora.

Felipe, líder, ídolo, sai de frente pras sociais e com gestos mostra que não gostou de sair. Dá razão a torcida, afunda de vez o companheiro jovem que entrou e faz do “caldeirão” um inferno.

25 minutos onde o Vasco jogava contra o Vasco. O time com medo de sua torcida, dentro de sua casa e os argentinos chegando. Enquanto isso, irritados, motivados por uma atitude sem pensar do ídolo, alternavam entre as vaias e o mais insuportável silêncio.

E o Vasco parou. Parou pra ver o que ia acontecer, parou pra tentar se redesenhar e para tentar entender o que havia acontecido.

Ao final, numa vitória, a torcida vaia. Erra feio, joga tudo no treinador e o time, maduro como em 2011, bate de frente e se posiciona.

Pode odiar o time do Vasco, criticar o elenco todo, mas não me diga que este time não tem personalidade de campeão. Em 2011, sem treinador, foram adiante. Não pouparam jogador, disputaram competições simultaneas e meteram o titular nas duas.

Sem salários, correram. Aqui estão, em boa campanha, classificados e jogando um bom futebol. Até no exagero e no erro há atitude. Felipe errou feio, foi egoista, não pensou no time e no companheiro que entrava ao agir daquela forma. Mas agiu.

No final o time espera o técnico e diz pra torcida que “não!”. Ela insiste, e eles saem de cabeça erguida, vencendo e blindando um dos seus.

Felipe cometeu o erro de expor, outros 11 o corrigiram.

Tarde demais?

Não. O Vasco venceu, jogou boa partida até se auto-destruir em campo. De hoje todos devem tirar uma lição.

Cristovão a não ser ‘covarde’, Felipe a não ser ’egoista’ e a torcida e não ser tão ‘dura’.

O Lanus? Aprendeu que é melhor não deixar pingar na frente do Diego Souza…

abs,

RicaPerrone

Fonte: Blog do Rica Perrone
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