Pelos números registrados no Brasileiro, a demissão de Jorginho do cargo de técnico do Vasco não surpreende: estratégias equivocadas, time sem evolução no plano defensivo e, como consequência, resultados insatisfatórios. Mas se engana quem pensa que o problema está resolvido...
Até a 16ª rodada do Brasileiro de 2017, o Vasco tinha sofrido 48 gols em 38 jogos no ano - média de 1,2. Em 2018, levou 69 em 45 jogos - 1,5. Mas a diferença não está na campanha do Brasileiro deste ano, pois o time atual sofreu os mesmos 26 gols em 16 jogos da Série A de 2017.
O que fez do Vasco um dos times mais vazados em 2018 foi o pífio desempenho defensivo do time no Estadual deste ano: 23 gols sofridos em 15 partidas - dez em cinco clássicos seguidos contra Botafogo (4) e Fluminense (1). Nenhum outro da Série A levou tantos gols no Estadual...
O Vasco ainda sofre com o desmonte armado pela parceria dos Euricos com o agente Carlos Leite. Somado às mazelas políticas e à dificuldade financeira, o estrago minou os planos. A direroria execitiva do futebol acabou entregue a Paulo Pelaipe, primeiro erro de Alexandre Campello.
Mergulhado na desarticulação das manobras políticas, o presidente do Vasco demorou a demitir Pelaipe. Depois, tardou para contratar um novo executivo para o futebol. E quando o fez apostou no mineiro Alexandre Faria, que até agora não conseguiu mostrar serviço...
Essa história de Conselho Gestor para deliberar sobre as principais questões do futebol não funcionou em clube nenhum _ por isso custo a crer que vá dar certo no Vasco. Mas entendo que a opção de Campello venha justamente por não ter um bom nome para o cargo de vice de futebol...
A verdade é que, sem Rodrigo Caetano, que preferiu aceitar a oferta do Internacional-RS a ter que encarar o amargo processo político do clube, Campello ainda sofre para ter uma boa engrenagem na principal pasta do clube. Por isso vejo com reservas a possibilidade de melhora...