Ao fazer, ao longo da semana, a lista de assuntos que poderia comentar aqui -pode parecer fácil para quem não tem de escrever a cada sete dias, mas às vezes sobra assunto, às vezes falta...- anotei mais nomes de personagens do que qualquer outra coisa (resultados, regulamentos, acontecimentos diversos). Poderia escolher só um deles para tecer reflexões mais longas, mas decidi dar um pitaco rápido sobre cada um. Em ordem alfabética.
1) Amoroso recebeu uma proposta que jogador nenhum recusaria: vestir a camisa do Milan (ainda que seja na reserva) por um bom (BOM!) punhado de euros. A diretoria não tem culpa nenhuma pela sua saída -negociou a renovação, estava pronta a aceitar seus pedidos, mas não podia amarrá-lo. Lamentável foi a maneira como o atacante saiu de cena, afobado e escorregadio. Poderia ter falado com clareza desde o momento em que soube do interesse dos italianos.
2) A expectativa em torno do talentoso e (creiam!) esforçado Edmundo era previsível e compreensível, mas achar que ele arrebentaria nos dois primeiros jogos pelo Palmeiras era otimismo demais. Até poderia acontecer -jogadores com bem menos qualidades fazem estréias maravilhosas... Mas classificá-lo tão cedo como \"decepção\" é uma precipitação injusta, típica do futebol... Calma.
3) Giovanni, Luizão e Pitbull não estão nos planos de Luxemburgo. Os dois últimos ofereceram quase nada ao Santos, mas o meia reacendeu em muitos a admiração por seu futebol elegante e inteligente, logo que voltou à Baixada. Teria sido o último suspiro de um grande jogador? Será que em 2006 ele não recuperaria o ânimo e a capacidade de decidir a favor de um time pelo qual tem tanto amor? Não, eu não dispensaria Giovanni. Quanto a Luizão: depois de tantas vezes ter pedido para sair (quando mais se contava com ele), foi saído... Talvez de volta ao São Paulo ele reencontre os gols que o consagraram e a estabilidade que nunca foi sua marca registrada.
4) Quem diria que Romário, que detesta treinar e decide de quais partidas vai participar, iria se entregar com tanto empenho a jogos-treino contra rivais fracos e inexpressivos? Até quando será que vai durar essa estratégia para chegar aos mil gols? Xico Sá não vê mal nenhum em recrutar sparrings para contabilizar nocautes, mas não duvido de que o ânimo do próprio Romário arrefeça depois de mais alguns campos esburacados sob sol impiedoso.
5) Tevez reclamou das curtas férias e da diminuta pré-temporada como todos os outros jogadores deveriam fazer. Mas entrou em campo quando foi obrigado, jogou o que pôde, negociou uma trégua e foi atendido. Regalia? Se alguém do Corinthians tem direito a uma, o camisa 10 é o maior candidato. Essa folga não foi presente, e sim uma conquista. Os outros que façam, em campo e fora dele, por merecer algo assim.
E assim, agitada em torno de algumas de suas figuras mais interessantes -os jogadores-, a temporada começa quente.