"O Vasco tem novo treinador".
"Quem é? Algum português? Algum estrangeiro? Um medalhão? O Zé Ricardo?"
"Errou. É o Ramon".
"O Ramon, que estava de auxiliar? Mas não tem experiência. Trabalhou onde?"
"Anápolis, Guarani-MG e Joinville".
"Não é possível. O Campello está louco".
O diálogo é fictício, mas nem tanto. Sempre que um clube busca um treinador novo, fora do circuito, as incertezas florescem. Foi assim com Rogério Ceni no São Paulo. Zé Ricardo e Barbieri no Flamengo. Jair Ventura e Barroca no Botafogo. Carille no Corinthians.
Se é verdade que um profissional novo precisa começar em algum clube, por que no nosso? Ele que lute por aí, que ganhe corpo e depois venha.
Tem lógica. Mas, e Abel? Fracassou no Flamengo, no Cruzeiro e no Vasco. E Mano Menezes? Fracassou no Cruzeiro e no Palmeiras? E Cuca?
Ramon está começando agora, é sua primeira chance, logo em um gigante, o Gigante da Colina, mas por que seria melhor contratar Zé Ricardo, que passou sem maior brilho pelo próprio Vasco, por Botafogo, Flamengo, Fortaleza e Inter? Ou Alberto Valentim?
A opção por Ramon tem o mérito de fugir do rame rame, do que está por aí há tempos. Gente que custa caro e não resolve.
Além disso, Ramon é alguém muito identificado com o clube. Brilhou em 97 e foi muito bem em 2000. Gosta do Vasco e, no momento atual, com enorme superioridade do Flamengo, é bom ser dirigido por um treinador que tem raízes e ama o clube.
Ao seu lado estará Antônio Lopes, contestado, mas que sempre trabalhou duro — e com bons resultados — no Vasco.
Vai dar certo? O que é dar certo no atual momento do Vasco? Não de deve sonhar com o Brasileiro, mas a Sul-americana e a Copa do Brasil estão aí, sempre um campo para surpresas ancoradas em trabalho sério Vai dar certo? Chi lo sa? Mas que dá vontade de torcer pelo sucesso de Ramon e do Vasco, ah isso dá.