Muito se fala em 'ramonismo' em São Januário. De fato, o time mudou da água pro vinho desde a saída de Abel Braga, fazendo o Vasco jogar como Vasco. E Ramon conheceu o DNA do clube no fim dos anos 90, quando foi comandado por Antônio Lopes, que atualmente é o seu coordenador-técnico. Ah, e não precisa dar um 'google' para descobrir qual é o treinador mais vitorioso da história do Vasco. Pé-quente, já chegou à Colina botando faixa de campeão brasileiro em 1974 como auxiliar. Aos 79 anos, Lopes tem sido muito ativo, trabalhando com amor e transmitindo a experiência acumulada ao longo da carreira. E encoraja tanto o elenco que, em uma preleção inflamada de vestiário, chegou a dizer que "o time ganha fácil de todos no Campeonato Brasileiro". Mas o papel dele vai muito além do aspecto motivacional ou de berros como o "Volta, Maricááááááááá!".
Se em 1997 Antônio Lopes costumava sacar o centroavante Evair no segundo tempo e colocar o zagueiro Alex, Ramon tem utilizado Miranda para segurar o resultado. Na lateral direita, o 'delegado' segurava Valber como uma espécie de terceiro zagueiro, soltando Felipe na esquerda — este com a cobertura de Nasa. Já Ramon prende Henrique na esquerda, soltando Pikachu na direita.
No dia a dia, Lopes está presente em todos os treinamentos, observando os trabalhos e conversando bastante. Bate papo ao pé do ouvido com os jogadores sobre a parte técnica, orientando como desempenhar melhor a função em campo. Conversa muito com Ramon e os auxiliares Thiago Kosloski e Júnior Lopes sobre o aspecto tático. Está sempre em contato com o diretor-executivo André Mazzuco e o vice de futebol José Luis Moreira, com quem tem ligação grande, 'navegando' em todas as áreas, do departamento de futebol até a diretoria, para a caravela se manter na rota das vitórias. Não se pode esquecer que parte do sucesso do 'jovem' Ramon no comando do Vasco tem o suporte do professor Lopes. É isso!