Romário saiu como entrou, de nariz em pé! O Baixinho não leva desaforo para casa! Mas tenho certeza que por trás dessa briga – ou dessa imposição de Eurico Miranda – tem mais coisas.
É evidente que existam momentos em que o pedido de um presidente de clube é muito mais importante do que qualquer escalação. A venda de um jogador, por exemplo, “é um desses motivos muito mais importantes”.
Não é uma questão de querer interferir na escalação do time, e sim de sanar provavelmente dívidas do clube. Essa é a realidade do futebol brasileiro.
Tenho quase certeza que esse foi um jogo de cartas marcadas, principalmente pela forma como o presidente do Vasco, Eurico Miranda, respondeu sobre a saída de Romário. A sinceridade e a clareza foram de espantar, principalmente partindo de quem partiu.
Eurico Miranda sempre tem uma forma esquiva de explicar fatos. Tenho quase certeza que Romário não queria Edmundo, e o lance de Alan Kardec deve ter sido tramado para que Romário saísse sem ter que dar muitas explicações. Aliás, Romário escalando Edmundo ia ser engraçado.
Acho que ele ia jogar a camisa na cara do Animal e os dois iam se pegar de porrada.
Eurico Miranda voltou a ser Eurico Miranda. Uma pessoa fina, educada, compreensiva, respeitadora.
Quando tomou conhecimento de que o Flamengo receberia Romário de braços abertos, inclusive para a sua despedida, do futebol marcada para 30 de março, o presidente do Vasco, que praticamente obrigou Romário a deixar o clube, saiu com essa frase lapidar.
- Esse senhor, diretor do Flamengo, Kleber Leite, não passa de um fanfarrão, um fanfarrão. Não satisfeito, acrescentou:
- Sabe por que o Romário nunca vai se despedir no Flamengo? Porque o pai dele tem nojo do Flamengo.
Quando ele ouve o nome desse clube, o pai de Romário cospe no chão. Tomou um fôlego e mandou mais essa:
- Você acha que Romário vai querer matar o pai do coração?