O Vasco jogou melhor do que qualquer um esperava, mas o Goiás mostrou a experiência do seu grupo, soube jogar com o regulamento debaixo do braço e levou a vaga para a semifinal da Copa do Brasil. Se tivemos a atuação do Thalles como ponto positivo, pecamos por dar espaço ao rotundo Walter, justamente para quem não poderia respirar em campo.
O mais frustrante no final das contas é ver que a classificação era não apenas possível como esteve nas nossas mãos. Em campo, mais uma vez o Vasco mostrou não apenas que não há tanta diferença entre seus titulares e reservas, como em muitos casos, alguns jogadores que não têm tido chances podem se sair melhor que os eleitos de sempre. Talvez não fosse o caso do Thalles, que recém-saído da base precisasse de mais tempo para ter sua chance no time principal, mas pelo que fez em campo, o garoto já merece sim a vaga do baladeiro de plantão. Bastaram três minutos e que o Fagner acertasse sua primeira jogada em meses para que o jovem atacante colocasse o Vasco em vantagem.
Como o 1 a 0 era um placar que não interessava ao Goiás, nosso adversário não pode usar de uma cautela excessiva. E numa das suas subidas ao ataque, o Vasco recuperou a bola, Sandro Silva puxou o contragolpe e tocou para o Thalles, que arriscou de fora da área, marcando um belo gol.
Com uma vantagem bem maior e jogando com mais segurança do que esperava o bom público presente na Arena Maracanã, o jogo estava estranhamente tranquilo. Mas não por muito tempo. Três minutos após nosso segundo gol, a defesa facilitou dando espaço para o Walter. Ele teve tempo para olhar o jogo, ver a subida do Hugo, sem cobertura, pela direita e fazer o lançamento. Hugo foi muito feliz na finalização, diminuindo a desvantagem do seu time pegando de primeira na bola, sem chance para Alessandro. O placar, que levava a decisão para os pênaltis, não agradava ao Vasco, que até poderia ter ido para o intervalo com um terceiro gol, caso o bandeirinha não tivesse errado bizarramente anulando um gol legal do zagueiro Luan ou se Fagner acertasse a pontaria após receber uma bola açucarada do Juninho.
O Vasco voltou na pressão na etapa final e tivemos outra chance para ampliar, novamente com Thalles, que recebeu bom passe do Reginaldo, mas chutou em cima do goleiro. Mas o banho de água fria veio em seguida, em mais um dos gol bobos aos quais infelizmente já nos acostumamos a sofrer: jogada de lateral, Walter consegue receber dentro da área e ajeita para o volante Amaral acertar um chute despretensioso que foi direto para as redes. O jogo, que parecia nas nossas mãos, se complicou terrivelmente.
O time, que parecia não ter de abatido após sofrer o primeiro gol, sentiu o golpe. O Goiás se fechou e o Vasco passou a dominar completamente o jogo, mas o nervosismo fez com que os jogadores se precipitassem e errassem muitos passes. Dorival colocou Willie e Marlone em campo, partindo para a pressão total. O Goiás se segurava bem e conseguia impedir que o Vasco finalizasse com perigo. Chegamos a marcar o terceiro, em cabeçada de Willie após bom cruzamento de Yotun, mas foi pouco. Nosso adversário se fechou, fez toda cera que podia e contou com a ajuda da nossa falta de pontaria, garantindo a vaga pelo critério de gol fora de casa.
A arbitragem nos prejudicou, nos tirando o gol que garantiria nossa classificação, mas mais uma vez vimos o resultado que nos interessava escapar por conta das cochiladas da defesa. A Copa do Brasil acabou para nós, mas não temos tempo para abatimentos. A briga no Brasileiro continua e temos que seguir na luta. Mesmo com a eliminação, podemos ao menos esperar que, mantendo a postura de ontem, teremos condições de sair da situação complicada que estamos na outra competição nacional. É isso e contar que a defesa resolva parar de tomar gols bobos e que o resto do elenco mostre a mesma eficiência que o garoto Thalles mostrou ontem.