O processo sucessório à presidência do Vasco teve mais um triste capítulo no inicio da noite desta terça-feira.
Nada contra o efeito suspensivo concedido pelo desembargador do Camilo Ruliere, confirmando o adiamento do pleito anunciado havia alguns dias pelo presidente da Assembleia Geral, Olavo Monteiro de Carvalho.
Mas pelo enredo em si.
Denúncias de sócios cujas mensalidades são custeadas por partes interessadas no poder, acusações de manipulação na lista de eleitores em condições de votar, chapas formadas sem ter ainda os nomes dos 120 conselheiros que ratificariam o voto no candidato escolhido nas urnas, e uma investigação policial em curso apurando o disse-me-disse _ enquanto o time de futebol tenta, a duras penas, retornar à divisão de elite do país.
OU SEJA: os sócios convocados há tempos para irem às urnas em São Januário nesta quarta-feira, foram surpreendidos na noite do dia 25 de julho com o adiamento para o dia 11 de novembro.
Na terça-feira passada, quatro dias depois, a juíza Ana Lucia Vieira de Castro da 19ª Vara Cível concedeu liminar determinando a realização das eleições em 6 de agosto.
E ontem, cerca de doze horas antes de cerca de quatro mil sócios irem às urnas, a votação é novamente adiada para novembro.
VEJAM, estamos falando do Vasco, instituição centenária, adorada por mais de 19 milhões de torcedores.
Nove chapas (eu disse nove!) apontavam candidatos a suceder Roberto Dinamite, todos com ideias mirabolantes para tirar o clube do atoleiro de R$ 500 milhões em dívidas.
Mas não houve nenhum (nenhum!) a entender lá atrás que a troca de presidente no meio do ano seria outra pedrada na história de um Vasco já tão castigado pelos falsos profetas que pregam por causas próprias.
ENQUANTO ISSO, em Brasília, discutia-se a aprovação de uma Lei ainda cheia de buracos que propõe o parcelamento das dívidas tributárias dos clubes de futebol.
Menos mal que o assunto foi igualmente empurrado para depois das eleições governamentais de outubro.
Quem sabe até lá não se cria expedientes que impeça e expurgue de uma vez por todas os sujos e os espertalhões que tentam fazer dos clubes de futebol o caminho mais curto para a riqueza.