Vasco da Gama encontrava-se em águas turbulentas e muito perigosas. Procurava sem saber ao certo como chegar ao caminho das riquezas e glórias do passado. Muita gente querida e outras nem tanto naufragou em outras jornadas mal planejadas, mal feitas. Gente que não era do ramo e nem do remo. Viagens de gente que viajava sem bússola, Norte, mapa, coragem, competência.
Cabo das Tormentas era o nome daquele pedaço que desafiava quem não tinha competência. Ou, se tinha, faltavam outros atributos. Já tinha sido singrado sem sangrar e soçobrar. Mas seguia difícil. Ainda mais com tantos problemas: os que estavam com Vasco tinham de enfrentar os próprios medos; transmitir confiança aos seus homens; conseguir que as suas tripulações não se revoltassem pela falta do básico; motivar os marinheiros para irem além das suas forças e capacidades.
Vasco conseguiu superar as Tormentas. Boa Esperança era o novo nome. Ele chegaria em 1498 até a Índia prometida. Inspirando 400 anos depois outra brava gente que há 10 anos convive e sobrevive com tempestades intestinas, fúrias interinas, intempéries impensáveis para quem conquistou tudo que Vasco superou. Menos alguns vascaínos da gema que desgraçaram o clube e dele não arredam as patas.
Vasco da Gama já venceu outras tormentas. Precisa de timoneiros firmes e retos, muita gente disposta a remar na mesma direção. E saber que o caminho é um só. O Vasco, também. Mas não de um só.