São Januário recebeu mais de 25 mil pessoas no sábado. Um amigo, desses que não têm quase nenhum interesse em futebol, viu no RJ TV, e me perguntou o que o Vasco está exatamente disputando. Ele é um torcedor típico de Copa do Mundo, daqueles que compram cornetas de plástico, tomam todas e perturbam quem quer ver o jogo. Expliquei que há um campeonato por pontos corridos em andamento e que os últimos quatro colocados descem para a Segunda Divisão. Que o Vasco nunca foi rebaixado. E que é um dos quatro clubes que estiveram presentes todos os Brasileiros. O amigo balançou a cabeça, dizendo que agora sim, estava entendendo.
Não me surpreendi, pois, afinal, não há tanta dificuldade assim, mesmo para quem é quase alheio ao mais popular dos esportes. Complicado de compreender tudo isso, digo eu, é para quem acompanha efetivamente o cotidiano do futebol desde criança. É evidente que a torcida do Vasco não tinha outra atitude para tomar.
A presença dela foi fundamental para o 1 a 0 sobre o Santos.
Mas afirmo que é complicado porque não dá para entender uma porção de gente considerando essa situação normal, e mais, exaltando a vitória como se fosse um título.
Sábado vi o Corinthians comemorando o campeonato da Série B. O Corinthians não tem de comemorar Série B. Nem o Vasco tratar fuga da Segundona como se tivesse ganhado um título. O Vasco e o Corinthians são clubes de Primeira. O lugar deles é na elite. Quando seus torcedores começam a considerar tudo isso natural é porque algo está fora da ordem. É, desse jeito o meu amigo vai acabar fazendo confusão.