Opinião: Vasco terá jogo contra o São Paulo para acabar com alguns tabus

O Vasco tem pela frente mais uma partida na qual não pode nem pensar em perder pontos, dessa vez contra o São Paulo, na Colina. Mas para conseguir os tão necessários três pontos, teremos que superar não apenas os tricoletes paulistas, mas também duas escritas: a primeira,  os longos oito anos sem vencer os cervídeos em São Januário; a segunda, a insistente mania cruzmaltina de ressuscitar defuntos no campeonato.  Esses tabus precisam cair hoje, sem falta. Caso contrário, terminaremos a segunda rodada do returno do Brasileirão perigosamente perto da zona de rebaixamento, ou até mesmo dentro dela.

O primeiro tabu só deve ser levado como fator relevante para os mais supersticiosos, já que os times que não conseguiram vencer o São Paulo no Rio não estarão em campo amanhã. O problema mesmo é a segunda escrita. Principalmente agora, que o time paulista mudou de técnico (escapou dessa, Autuori!), venceu seu último jogo e aparenta estar mais disposto a sair da tumba. E por pior que esteja nosso adversário, há sempre de se respeitar um time que tem jogadores como Luis Fabiano e Ganso.

Mas respeitar o São Paulo se torna irrelevante diante da necessidade que temos de vencer. Não trata de pensar que o jogo está ganho, até porque, diante do que o Vasco tem jogado, não há motivo nenhum para cogitar ter essa atitude. A questão é que se ambos os times estão mal, os 11 caras do outro lado estão em situação pior, e portanto, mais pressionados. Temos que usar esse fato a nosso favor e explorar o nervosismo natural dos paulistas.

A pressão do outro lado, porém, não será tão maior que a do nosso. E ter apenas isso como trunfo para nos levar a vitória é muito pouco. O Vasco tem é que jogar mais futebol, quesito no qual temos deixado muito a desejar. A volta do Fagner e a escalação do Juninho desde o início certamente nos ajudarão a ter uma atuação melhor que a da última partida. Mas o problema do time não é apenas de quem joga ou deixa de jogar. Além de ter os melhores jogadores em campo – o que nem sempre acontece, graças as convicções do Dorival – precisamos melhorar o posicionamento defensivo e, principalmente, ter uma postura mais aguerrida. Na situação em que nos encontramos, não pode haver bola perdida, lance a ser ignorado ou dividida com pé mole. Temos que entrar com essa disposição porque, do outro lado, certamente haverá onze caras com essa atitude.

Temos até o momento um desempenho ridículo em São Janú e jogaremos contra uma equipe que só venceu a Ponte e o Náutico fora de casa, por coincidência, os únicos clubes que estão abaixo do próprio São Paulo na tabela. Cabe ao Vasco evitar uma terceira vitória tricolor longe do Morumbi, o que nos faria entrar no seleto grupo formado hoje pelos últimos colocados do Brasileirão.